O Livro do Apocalipse de São João claramente apontam que a vitória sobre o Mal será um feito de Deus. São Seus anjos, por exemplo, que detêm o poder dos ventos, numa evidente referência ao controle de Deus sobre as forças da natureza: "Depois disso, vi quatro anjos que se conservavam em pé nos quatro cantos da Terra, detendo os quatro ventos da Terra, para que nenhum vento soprasse sobre a Terra, sobre o mar ou sobre árvore alguma." Ap 7,1
E ante a presença dos Santos, todos anjos juntam-se para louvar a Deus Pai e Jesus, que é o celeste ritual do qual temos nossa Santa Missa: "Depois disso, vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua. Conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de brancas vestes e palmas na mão, e bradavam em alta voz: 'A Salvação é obra de Nosso Deus, que está assentado no trono, e do Cordeiro.' E todos anjos que estavam ao redor do trono, dos anciãos e dos quatro seres (todos anjos!) prostravam-se de face em terra diante do trono e adoravam a Deus, dizendo: 'Amém, louvor, Glória, Sabedoria, ação de graças, honra, poder e força ao Nosso Deus pelos séculos dos séculos! Amém.'" Ap 7,9-12
Como defesa dos ataques do inimigo, Maria Santíssima também foi dotada de asas, o que seria sua segunda 'condição angelical', pois, como Jesus disse, os anjos "não se casam nem se dão em casamento" (cf. Mc 12,25): "O Dragão, vendo que fora precipitado na Terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino. Mas à Mulher foram dadas duas asas de grande águia, a fim de voar para o deserto, para o lugar de seu retiro, onde é alimentada por um tempo, dois tempos e a metade de um tempo, fora do alcance da cabeça da Serpente." Ap 12,13-14
E mais um anjo sinaliza para Jesus o início de Sua ceifa. Seu golpe, de fato, é único e definitivo: "Ainda outro anjo, o terceiro, saiu do Templo gritando em alta voz para Aquele que estava assentado na nuvem: 'Lança Tua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar. Pois está madura a seara da Terra.' O Ser que estava assentado na nuvem então lançou a foice à terra, e a Terra foi ceifada." Ap 14,15-16
Vê-se, então, Nosso Salvador em marcha para a Final Batalha, seguido pelos Exércitos de anjos: "Ainda vi o Céu aberto: eis que aparece um branco cavalo. Seu Cavaleiro chama-Se Fiel e Verdadeiro, e é com justiça que Ele julga e guerreia. Tem flamejantes olhos. Há em Sua cabeça muitos diademas e traz escrito um Nome que ninguém conhece, senão Ele. Está vestido com um manto tinto de sangue, e Seu Nome é Verbo de Deus. Em brancos cavalos seguiam-nO os Celestes Exércitos, vestidos de fino linho, de uma imaculada brancura." Ap 19,11-14
E sob às ordens de outro anjo, são deleteriamente suprimidos os cadáveres de líderes e simpatizantes das idólatras nações: "Então vi um anjo de pé sobre o sol, a chamar em alta voz a todas aves que voam pelo meio dos céus: 'Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus, para comerdes carnes de reis, carnes de generais e carnes de poderosos; carnes de cavalos e cavaleiros; carnes de homens, livres e escravos, pequenos e grandes.' E todas aves fartaram-se da suas carnes." Ap 19,17-18.21b
Antes disso, porém, vemos uma rápida digressão: um anjo, talvez São Rafael Arcanjo, como já havia sido relatado no Livro de Tobias, aprisiona Satanás (cf. Tb 8,2). Tal fato descreve a atual situação, de meramente espirituais vitórias, uma temporária representação da definitiva vitória da fé cristã: "Vi descer do Céu um anjo, que tinha na mão a chave do abismo e uma grande algema. Ele apanhou o Dragão, a primitiva Serpente, que é o Demônio e Satanás, e acorrentou-o por mil anos. Atirou-o no abismo, que fechou e selou por cima, para que já não seduzisse as nações, até que se completassem mil anos. Depois disso, ele deve ser solto por um pouco de tempo." Ap 20,1-3