Entre os Apóstolos, dado o privilégio que tiveram de presenciar Seus milagres, Jesus não admitia nem mesmo o medo de morrer. É o que vemos quando a tempestade e as ondas jogavam o barco de um lado para outro no Mar de Galileia, e eles atemorizavam-se. Como o Evangelho Segundo São Mateus mostra, Ele severamente repreendeu-os: "Por que este medo, gente de pouca fé?" Mt 8,26
Da mesma forma, quando São Pedro se ofereceu para andar sobre as águas mas vacilou diante dos fortes ventos, foi censurado por Ele: "Homem de pouca fé, por que duvidaste?" Mt 14,31
O mesmo deu-se quando os Doze já não entendiam Sua Palavra, por preocuparem-se em demasia com a comida que levavam para a viagem. Ele não os poupou: "Homens de pouca fé! Por que julgais que vos falei por não terdes pão?" Mt 16,8-9
Ou quando os Apóstolos não conseguiram exorcizar um menino possesso, e seu pai teve que pedir socorro a Jesus: "Ó incrédula e perversa geração, até quando estarei convosco e vos aturarei? Traze cá teu filho." Lc 9,41
No Evangelho Segundo São João, São Tomé também não ficou sem correção por sua incredulidade e egocentrismo. Enquanto duvidava de Sua Ressurreição, e exigia uma prova, Jesus disse-lhe ao aparecer mais uma vez em meio aos Onze: "Introduz aqui teu dedo, e vê Minhas mãos. Põe tua mão em Meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé." Jo 20,27
A mulher estrangeira, em contraponto, que humildemente aceitou 'as migalhas' de Sua atenção, recebeu um entusiasmado elogio de Nosso Salvador. De fato, sua fé estava acima da vergonha ou da vaidade: "Ó mulher, grande é tua fé!" Mt 15,28
No Evangelho Segundo São Lucas, em mesmo sentido, o centurião que acreditava que bastaria tão somente uma Palavra Sua para a cura de seu servo, foi enaltecido por Jesus: "... nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé." Lc 7,9
E apontando a insensata cultura dos mundanos prazeres, Nosso Senhor denunciava a origem de toda incredulidade, dizendo aos religiosos de Jerusalém: "Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a Glória que é só de Deus?" Jo 5,44
A Carta de São Paulo aos Romanos, que pelas Escrituras já divisava a Divindade de Jesus, bem aponta o caminho: "Logo, a fé provém da pregação, e a pregação exerce-se em razão da Palavra de Cristo." Rm 10,17
Por isso, a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios condenava os projetos que não têm por meta a Vida Eterna: "Se é só para esta vida que temos colocado nossa esperança em Cristo, somos, de todos homens, os mais dignos de lástima." 1 Cor 15,19
O que aprendemos de Jesus, portanto, é que Ele não nos quer entregues a ventos de incertezas. Temos sempre que acreditar mesmo vivendo num mundo extremamente violento, onde a vida foi banalizada. Poderíamos deixar de dar nosso testemunho de fé? Não por acaso, quando falava sobre os últimos tempos, Ele deixou uma ruidosa pergunta: "Mas, quando o Filho do Homem vier, acaso achará fé sobre a Terra?" Lc 18,8
Contudo, não deixou de reconhecer o difícil caminho da fé de todo católico, pedindo resiliência: "Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo" Mt 24,13
