terça-feira, 19 de agosto de 2025

A Verdadeira Liberdade

    Referindo-Se a algo que vai muito além da mera liberdade de ir e vir, Jesus falava de uma sutil escravidão, mas nem por isso menos sufocante e destruidora. E no Templo de Jerusalém, claramente disse do que veio libertar-nos. Está no Evangelho Segundo São João: "... todo homem que se entrega ao pecado, é seu escravo." Jo 8,34

    De fato, a Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo explica quem seduz os incrédulos: "... na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento e o conhecimento da Verdade, e voltem a si, uma vez livres dos laços do Demônio, que os mantém cativos e submetidos a seus caprichos." 2 Tm 2,26

    Por isso, Jesus diz de Sua Missão"Portanto, se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres." Jo 8,36

    E dizia da força do Evangelho: "Se permanecerdes em Minha Palavra, sereis Meus verdadeiros discípulos, conhecereis a Verdade e ela libertar-vos-á." Jo 8,31-32

    Ora, falando por Nosso Salvador, o Livro do Profeta Isaías antecipou as palavras de Seu 'discurso inaugural' de vida pública, que Ele faria na sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,16s), no qual diz que Sua Missão é "... anunciar aos cativos a Redenção, e aos prisioneiros a liberdade..." Is 61,1

    Em sua inspiração, pois, a Primeira Carta de São João não vacila em apontar: "... o mundo todo jaz sob o Maligno." 1 Jo 5,9b

    Mas na Carta aos Hebreus, os seguidores da tradição de São Paulo anunciam na Paixão de Cristo a vitória sobre o inimigo, e assim sobre a morte: "Porquanto os filhos participam da mesma natureza, da mesma carne e do sangue, Ele também participou, a fim de destruir pela morte aquele que tinha o império da morte, isto é, o Demônio, e libertar aqueles que, pelo medo da morte, estavam toda vida sujeitos a uma verdadeira escravidão." Hb 2,14-15

    Da mesma forma, exaltando o poder da Graça exclusivamente distribuída pela Santa Igreja Católica, a Carta de São Paulo aos Romanos diz do Antigo Testamento: "O pecado já não vos dominará, porque agora não estais mais sob a Lei, e sim sob a Graça." Rm 6,14

    Ele assim explica o Sacramento do Batismo: "Fomos, pois, sepultados com Ele em Sua Morte pelo Batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela Glória do Pai, assim nós também vivamos uma Nova Vida. Sabemos que nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que seja reduzido à impotência o corpo outrora subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado." Rm 6,4.6

    Diz o que efetivamente representam os valores que cultuamos: "Não sabeis que, quando vos ofereceis a alguém para obedecer-lhe, sois escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado para a morte, quer da obediência para a justiça?" Rm 6,16

    De fato, essa é a maior angústia da humanidade, que sonha com a eternidade e "... espera ser libertada da escravidão da corrupção, em vista da liberdade que é a Glória dos filhos de Deus." Rm 8,21

    Pois é do Mistério de Cristo que temos que aprender, e isso só é possível com o auxílio de Sua própria Graça, ainda segundo o Apóstolo dos Gentios: "Graças a Deus que vós, depois de terdes sido escravos do pecado, passastes a obedecer de coração à Doutrina à qual Deus vos confiou." Rm 6,17

    Carta de São Paulo aos Gálatas também testemunhou nestes termos a Missão de Jesus, fazendo questão de deixar uma grave advertência: "Cristo veio para que sejamos verdadeiramente livres. Portanto, permanecei firmes e não vos submetais de novo ao jugo da escravidão." Gl 5,1

    E ele finaliza: "Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santidade. E o termo é a Vida Eterna." Rm 6,22