As teologais virtudes são dádivas de Deus, que vêm do profundo conhecimento d'Ele e levam à plena Comunhão com Ele. Elas foram reveladas na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios: "Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor." 1 Cor 13,13a
A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, a mais antiga delas, já velava pelas três: "Com efeito, diante de Deus, Nosso Pai, continuamente pensamos nas obras de vossa fé, nos sacrifícios de vosso amor e na firmeza de vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, sob o olhar de Deus, Nosso Pai." 1 Ts 1,3
E falando da vigília à espera do Dia do Senhor, ele vai citá-las como armas de guarda: "Nós, ao contrário, que somos do dia, sejamos sóbrios. Tomemos por couraça a fé e o amor, e por capacete a esperança da Salvação." 1 Ts 5,8
FÉ - No Evangelho Segundo São João, Jesus falava de uma realidade muito além da natural: "Em Verdade, em Verdade, digo-vos: quem ouve Minha Palavra, e crê n'Aquele que Me enviou, tem a Vida Eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a Vida." Jo 5,24
Por isso, a Carta de São Paulo aos Romanos afirma: "Logo, a fé provém da pregação, e a pregação exerce-se em razão da Palavra de Cristo." Rm 10,17
Contudo, reafirmando a fé como dom de Deus, e em diversos graus, o Apóstolo dos Gentios pede humildade: "Em virtude da Graça que me foi dada, recomendo a todos e a cada um: não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas um razoavelmente modesto conceito, de acordo com o grau de fé que Deus lhes distribuiu." Rm 12,3
Disse-a como divina dádiva de novo aqui, especificamente apontando o Santo Paráclito como Seu doador: "A um é dada pelo Espírito uma palavra de Sabedoria; a outro, uma palavra de ciência por esse mesmo Espírito; a outro, a fé, pelo mesmo Espírito..." 1 Cor 12,8-9a
ESPERANÇA - Essa obra, Deus realiza em nós através do amor que Jesus manifestou em Seus ensinamentos e obras, ao anunciar o Reino dos Céus. A Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses traz: "Nosso Senhor Jesus Cristo e Deus, Nosso Pai, que nos amou e que nos deu eterna consolação e boa esperança por Sua Graça, animem vossos corações e confirmem-nos para toda boa obra e palavra!" 2 Ts 2,16
Pois Jesus é a própria esperança, como, na Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo, ele se apresenta: "Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo por ordem de Deus, Nosso Salvador, e de Jesus Cristo, nossa esperança..." 1 Tm 1,1
Ele é o Verbo que Se fez Carne (cf. Jo 1,14), a Boa Nova, a própria Verdade (cf. Jo 14,6), nas palavras da Carta de São Paulo aos Colossenses: "Esperança que vos foi transmitida pela pregação da Verdade do Evangelho..." Cl 1,5
Com efeito, ela representa nossa chance de recuperar a semelhança divina, conforme a Primeira Carta de São João: "E todo aquele que n'Ele tem esta esperança, torna-se puro, como Ele é puro." 1 Jo 3,3
AMOR - Com o Pentecostes, quando se deu o nascimento da Santa Igreja Católica, o Espírito Santo tem consumado essa Graça. O Apóstolo dos Gentios diz: "Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." Rm 5,5
Pois é Ele, o Autor da Graça (cf. Hb 10,29), que nos conduz à Vida Eterna (cf. Rm 8,14). Este Apóstolo fala de um de seus colaboradores: "Foi Epafras que nos informou do amor com que o Espírito vos anima." Cl 1,8
É nesse amor, aliás, divinamente demonstrado por Jesus em Sua Paixão, que devemos perseverar. Ele mesmo recomenda: "Como o Pai Me ama, assim Eu também vos amo. Perseverai em Meu amor." Jo 15,9
E indicou como o fazer: através da obediência: "Se guardardes Meus Mandamentos, sereis constantes em Meu amor..." Jo 15,10
