quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Nossa Senhora Rainha

 

    A coroação de Nossa Senhora não é dúvida para ninguém, pois São João Evangelista claramente anotou no Livro do Apocalipse: "Em seguida, apareceu no Céu um grande sinal: uma Mulher revestida do sol, tendo a lua debaixo de seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas." Ap 12,1

    Ora, é patente que esta Mulher é Maria porque se lê versículos adiante: "Ela deu à luz um Filho, um Menino, Aquele que deve reger todas pagãs nações com cetro de ferro. Mas Seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e de Seu trono." Ap 12,5

    E que ela é Rainha Mãe também é uma evidência, pois seu Filho é Rei, como a ela anunciou o Arcanjo São Gabriel: "Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus dá-Lhe-á o trono de Seu pai Davi. Ele reinará eternamente na Casa de Jacó, e Seu Reino não terá fim." Lc 1,32-33

    Ora, o reinado de Nossa Mãe Celeste já havia sido profetizado num salmo, onde se vê que seus prediletos filhos, os Santos e os Sacerdotes, iriam reinar: "Vosso trono, ó Deus, é eterno, de equidade é Vosso cetro real. ... posta-se à Vossa direita a Rainha, ornada de ouro de Ofir. Ouve, filha, vê e presta atenção: esquece teu povo e a casa de teu pai. De tua beleza encantar-Se-á o Rei. Ele é Teu Senhor, rende-Lhe homenagens. Tomarão teus filhos o lugar de teus pais, tu estabelecê-lo-ás príncipes sobre toda Terra. Celebrarei teu nome através das gerações. E os povos eternamente louvar-te-ão." Sl 44,7.10b-12.17-18

    E que a rainha-mãe era uma tradição em Israel, também é patente: "Betsabé, pois, foi ter com o rei... O rei levantou-se para ir-lhe ao encontro, fez-lhe uma profunda reverência e sentou-se no trono. Mandou colocar um trono para sua mãe, e ela sentou-se à sua direita..." 1 Rs 2,19

    A mãe do rei Jeconias igualmente era rainha mãe: "Eis o teor da carta que o Profeta Jeremias endereçou de Jerusalém aos demais anciãos cativos, aos sacerdotes e Profetas, e a todo povo deportado por Nabucodonosor para Babilônia, depois que deixaram Jerusalém o rei Jeconias, a rainha-mãe, os eunucos, os chefes de Judá e Jerusalém e os carpinteiros e serralheiros." Jr 29,1-2

    Também fala da especialíssima Rainha o Livro dos Cânticos dos Cânticos, em cujos divinos reflexos de poder e Glória é impossível não ver Maria, a predileta de Deus, segundo Ele mesmo: "Há sessenta rainhas, oitenta concubinas, e inumeráveis jovens mulheres. Uma, porém, é minha pomba, uma só minha perfeita. Ela é a única de sua mãe, a predileta daquela que a deu à luz. Ao vê-la, as donzelas proclamam-na bem-aventurada, rainhas e concubinas louvam-na. Quem é esta que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de batalha?" Ct 6,8-10

    Além do muito especial reinado de Maria, iniciado desde sua Assunção aos Céus, Jesus prometeu aos Apóstolos que eles reinariam e julgariam Consigo: trata-se da efetiva Graça da Comunhão dos Santos: "Em Verdade, declaro-vos: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da Glória, vós, que Me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel." Mt 19,28

    Ele também falou de gente comum, mas certamente Santa, ativamente participando das decisões de Seu Reino: "No Dia do Juízo, os ninivitas levantar-se-ão com esta raça e condená-la-ão, porque à voz de Jonas fizeram penitência." Mt 12,41

    Ora, se a pobres pecadores está prometida tamanha Glória, como poderíamos negar o reinado à Imaculada Virgem que nos trouxe a Salvação? Por inspiração do Espírito Santo, e tão somente ao receber a saudação de Nossa Mãe Celeste, Santa Isabel respondeu-lhe: "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o Fruto de teu ventre. De onde me vem esta honra: de vir a mim a Mãe de Meu Senhor?" Lc 1,42b-43