domingo, 30 de março de 2025

A Comunhão

    O Corpo de Cristo, isto é, a Comunhão Eucarística, é o verdadeiro maná oferecido pelo Pai. No Evangelho segundo São João, referindo-Se ao maná (cf. Êx 16,14) que os israelitas comeram no deserto, Jesus apontou para Si e disse aos judeus em Cafarnaum, depois que multiplicou pães e peixes numa região desértica: "Este é o Pão que desceu do Céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste Pão viverá eternamente.'" Jo 6,58

    E assim Ele rezou ao Pai, na noite do início de Sua Paixão, derramando Sua Glória sobre os Apóstolos, porque a Santa Igreja.Católica é a prova de Sua passagem entre nós e do amor do Deus. É a Oração da Unidade, da comunhão da Igreja: "Dei-lhes a Glória que Me deste, para que sejam Um, como Nós somos Um: Eu neles e Tu em Mim. Para que sejam perfeitos na Unidade, e o mundo reconheça que Me enviaste e os amaste, como amaste a Mim." Jo 17,22-23

    Ora, Revelando-Se Deus nessa mesma ocasião, momentos antes Ele havia afirmado que essa Unidade com Ele, o que inclui o Pai e o Divino Espirito Santo, pela indivisibilidade da Trindade Santa, é imprescindível à efetiva vida espiritual: "Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanecer em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto..." Jo 15,5a

    Sempre dizendo-Se essencial, Ele sentenciou: "... porque sem Mim nada podeis fazer." Jo 15,5b

    E pouco depois da Santa Ceia, Ele havia dito sobre o dia de Sua Ressurreição, afirmando a Comunhão dos Santos: "Naquele dia, conhecereis que estou em Meu Pai, vós em Mim e Eu em vós." Jo 14,20

    A Primeira Carta de São João, de fato, diz que o anúncio do Evangelho tem como finalidade a comunhão, com Deus e com os irmãos na Igreja: "O que vimos e ouvimos, isso agora vos anunciamos para que estejais em comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo." 1 Jo 1,3

    Também disse que só o Espírito de Deus, que conduz a Santa Igreja (cf. Jo 16,13), pode levar-nos à verdadeira comunhão: "Quem observa Seus (Jesus) Mandamentos permanece em Deus, e Deus permanece nele. E que Ele permanece em nós, sabemos pelo Espírito que nos deu." 1 Jo 3,24

    E lembrando o purificador poder do Sangue de Cristo, ele pediu discernimento aos que participam da Santa Ceia: "Se dizemos que estamos em comunhão com Deus, e no entanto andamos em trevas, somos mentirosos e não praticamos a Verdade. Mas se caminhamos na Luz, como Ele está na Luz, então estamos em comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus, Seu Filho, purifica-nos de todo pecado." 1 Jo 1,6-7

    Pois a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios alerta, quem está em pecado grave, da necessária Confissão antes de comungar da Santa Eucaristia: "Portanto, todo aquele que indignamente comer o Pão ou beber o Cálice do Senhor será culpável do Corpo e do Sangue do Senhor. Que cada um examine a si mesmo, e assim coma desse Pão e beba desse Cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o Corpo do Senhor, come e bebe sua própria condenação. Esta é a razão porque entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos." 1 Cor 11,27-30

    Ferrenho defensor da Unidade, ele diz que os membros da Igreja, ao participar do Rito Eucarístico, entram em perfeita Comunhão com Cristo, quer dizer, vivem em verdadeira Unidade com Ele e tornam-se um só Corpo: "O Cálice de bênção, que benzemos, não é a Comunhão do Sangue de Cristo? E o Pão, que partimos, não é a Comunhão do Corpo de Cristo? E como há um único Pão, nós, embora muitos, somos um só Corpo, pois todos participamos desse único Pão." 1 Cor 10,16-17

    Com veemência, portanto, a Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios pedia que usássemos de discernimento, porque respeitar é diferente de participar: "Não vos atreleis ao mesmo jugo que os infiéis! Pois que afinidade poderia existir entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão entre a Luz e as trevas?" 2 Cor 6,14

    Enfim, mencionando a Graça Sacramental, enquanto Sacerdote da Igreja pedia o devido respeito a todos Sacramentos: "Na qualidade de colaboradores de Deus, exortamo-vos a que não recebais Sua Graça em vão." 2 Cor 6,1