Antes que meros impulsos humanos, logo naturais, a Carta de São Tiago ensina que somos tentados por nossas propensões para o pecado, ou seja, por desregradas paixões: "Ninguém, quando for tentado, diga: 'É Deus Quem me tenta.' Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado por sua própria concupiscência, que o atrai e alicia." Tg 1,13-14
Mas se as tentações não vêm de Deus, devemos saber que Ele as permite, como se lê na história de Tobit, no Livro de Tobias, seu filho, pois assim é Sua obra para a Salvação das almas: "Deus permitiu que lhe acontecesse essa prova, para que sua paciência, como a do santo homem Jó, servisse de exemplo à posteridade." Tb 2,12
Porque também existe a obra do inimigo, aquele que, conhecedor dessas fraquezas, quer arrastar-nos à perdição. A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses admite: "... pois receava que o tentador vos tivesse seduzido, e em nada resultasse nosso trabalho." 1 Ts 3,5
São três estágios da tentação: 1º - Sugestão - o tentador, conhecedor de nossos pecados, usa de ideias, coisas ou pessoas que manipula, para sugerir o pecado. Já lemos de São Tiago Menor: "Cada um é tentado por sua própria concupiscência, que o atrai e alicia." Tg 1,14;
2º - Prazer - em resposta, porque desprovido da Graça ou por reincidente fraqueza, o tentado deleita-se tão somente em imaginar o pecado sugerido. Segundo Jesus, aí o pecado já aconteceu: "... todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou em seu coração." Mt 5,28; Em mesmo sentido, São Tiago afirma: "A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado..." Tg 1,15a;3º - Assentimento - o pecador, por fim, consente em pecar, e a tentação torna-se um pecado consumado. Segundo São Tiago, nesse momento voluntariamente abraçamos o caminho da perdição: "... e o pecado, uma vez consumado, gera a morte." Tg 1,15b.