A paixão por dinheiro e bens materiais leva o ser humano à falta de escrúpulos, pois assim despreza seus semelhantes, expressamente contrariando o que Jesus determinou no Evangelho segundo São João, na última noite entre os Apóstolos: "Dou-vos um Novo Mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como Eu vos tenho amado, assim vós deveis amar-vos uns aos outros. Este é Meu Mandamento..." Jo 13,34;15,12a
A Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo ensina sobre Deus, o Doador de todos bens e dons, a Quem devemos amar sobre todas as coisas (cf. Dt 6,5): "Exorta os ricos deste mundo a que não sejam orgulhosos nem ponham sua esperança em volúveis riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas coisas para delas fruirmos." 1 Tm 6,1
E no Evangelho segundo São Lucas, Jesus deixou fortes palavras sobre esse assunto: "Escrupulosamente guardai-vos de toda avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas." Lc 12,15
Ora, o Livro de Salmos já cantava a Deus: "Inclinai-me o coração às Vossas ordens e não para a avareza." Sl 118,36
Como que falando de mortos vivos, o Livro de Eclesiástico sentencia: "Nada há mais criminoso que a avareza. De quê se orgulha aquele que é terra e cinza? Nada há mais iníquo que o amor ao dinheiro. Aquele que o ama, chega até a vender sua alma. Ainda vivo, despojou-se de suas próprias entranhas." Eclo 10,8-10
E fulminou: "Para o avarento e cúpido homem a riqueza é inútil. De que serve o ouro ao invejoso? Quem injustamente acumula, e priva-se de seus bens, acumula para outros. Outro há de vir que esbanjará esses bens na devassidão. Para quem será bom aquele que é mau para si mesmo? Não terá nenhuma satisfação em seus bens. Nada é pior que aquele que consigo mesmo é avaro: eis aí o verdadeiro salário de sua maldade." Eclo 14,3-6
O Livro de Provérbios, pois, exortam à prontidão: "Não negues um benefício a quem o solicita, quando está em teu poder conceder-lho. Não digas ao teu próximo: 'Vai, volta depois! Eu dá-te-ei amanhã', quando já dispões de meios." Pr 3,27-28
Eles garantem: "Há quem dá com liberalidade e obtém mais. Outros poupam demais e vivem na indigência. A generosa alma será cumulada de bens, e aquele que largamente dá, largamente receberá." Pr 11,24-25
Evocando uma passagem do Livro de Deuteronômio, os seguidores da tradição de São Paulo exclamam na Carta aos Hebreus: "Vivei sem avareza. Contentai-vos com o que tendes, pois Deus mesmo disse: 'Não te deixarei nem desampararei (Dt 31,6).'" Hb 13,5
E fixaram: "Não negligencieis a beneficência e a liberalidade. Estes são sacrifícios que agradam a Deus!" Hb 13,16
Ora, A Carta de São Paulo aos Efésios amplamente exortava como a grande meta de todo cristão: "Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós Se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor. Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a Santos. Porque bem o sabei: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento, verdadeiros idólatras!, terá herança no Reino de Cristo e de Deus." Ef 5,2-3.5
De sua singular Sabedoria, na Carta de São Paulo aos Gálatas ele afirma que a Salvação se dará através da "... fé que opera pela caridade." Gl 5,6
Sem dúvida, o próprio Arcanjo São Rafael deu esta recomendação no Livro de Tobias, a ele e a seu pai Tobit: "Boa coisa é a oração acompanhada de jejum, e a esmola é preferível aos escondidos tesouros de ouro, porque a esmola livra da morte: ela apaga os pecados e faz encontrar a Misericórdia e a Vida Eterna." Tb 12,8-9