A Primeira Carta de São João aponta a fonte do verdadeiro amor: "Caríssimos, amemo-nos uns aos outros porque o amor vem de Deus. E todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus." 1 Jo 4,7
Ele explicita: "Mas amamos porque Deus nos amou primeiro." 1 Jo 4,19
E explica como se dá a Comunhão com Deus: "Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele." 1 Jo 4,16
Alegando o Sacrifício Pascal de Cristo, ele diz como nos foi dado conhecer esse amor e qual sua finalidade, reafirmando a missão da Santa Igreja Católica: "Nisto manifestou-se o amor de Deus para conosco: em ter-nos enviado Seu Único Filho ao mundo, para que por Ele vivamos. E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou Seu Filho como Salvador do mundo." 1 Jo 4,9.14
Também reconhece que, por franca antecipação, fomos libertos por esse amor: "Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos Ele amado, e enviado Seu Filho para expiar nossos pecados." 1 Jo 4,10
Por isso, exclama: "Considerai com que amor o Pai nos amou, para que sejamos chamados filhos de Deus." 1 Jo 3,1a
Trata-se, pois, do mesmo amor de Salvação, do amor do Sacrifício Pascal, do amor de compromisso com os demais: "Nisto temos conhecido o amor: Jesus deu Sua vida por nós. Nós também devemos dar nossa vida por nossos irmãos." 1 Jo 3,16
E detalha: "No amor não há medo. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o medo, pois o medo implica castigo, e aquele que tem medo não chegou à perfeição do amor." 1 Jo 4,18
O Livro de Salmos, de fato, já via tal sacrifício como mera consequência da fé. Cantando, rezava-se a Deus: "Mas por Vossa causa somos entregues à morte todos dias, e tratados como ovelhas de matadouro." Sl 43,23
Neste caminho da Cruz, portanto, a Segunda Carta de São Pedro propõe essa ascese, que culmina na caridade: "Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir a vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o fraterno amor, e ao fraterno amor a caridade." 2 Pd 1,5-7
Citando o Livro de Provérbios, a Primeira Carta de São Pedro indica no amor nossa intangível luta contra o pecado: "Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque o amor cobre a multidão dos pecados (Pr 10,12)." 1 Pd 4,8
A Carta de São Paulo aos Efésios fala da mesma postura: "... que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com toda humildade e amabilidade, com grandeza de alma, mutuamente suportando-vos com caridade." Ef 4,2
E afirma o amor a Deus como o vínculo da divina Graça: "A Graça esteja com todos que amam Nosso Senhor Jesus Cristo com inalterável e eterno amor." Ef 6,24
O Príncipe dos Apóstolos, por fim, vê no salvífico amor a fonte da verdadeira alegria: "Este Jesus, vós amai-Lo sem O terdes visto; n'Ele credes ainda sem O verdes, e isto é para vós a fonte de uma inefável e gloriosa alegria, porque vós estais certos de obter, como preço de vossa fé, a Salvação de vossas almas." 1 Pd 1,8-9
Porque é a santidade, isto é, o voluntarioso e inquebrantável compromisso com os Mandamentos que nos ensina o amor de Deus, claramente guardados pela Igreja Católica que fala pelo Espírito Santo (cf. Ap 2,7). A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses afirma: "Esta é a vontade de Deus: vossa santificação... Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos deu Seu Santo Espírito. A respeito da fraterna caridade, não temos necessidade de escrever-vos, porquanto vós mesmos aprendestes de Deus a amar-vos uns aos outros." 1 Ts 4,4a.7-9