segunda-feira, 25 de novembro de 2024

"A Realidade é o Corpo de Cristo"

    Desde o início, a manifestação de Jesus foi plenamente identificada com a Cruz, tornando-Se o elemento central da pregação dos Apóstolos e diáconos. É o que se nota, por exemplo, após o martírio de Santo Estevão, nos apontamentos do Livro dos Atos dos Apóstolos: "Assim Filipe desceu à cidade de Samaria, pregando-lhes o Cristo." At 8,5

    E apesar de ter sido um fervoroso fariseu, após uma aparição de Nosso Senhor, o jovem São Paulo rapidamente percebeu onde estava a Verdade, entrando em ação lá mesmo no lugar de sua conversão: "Saulo, porém, sentia crescer seu poder e confundia os judeus de Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo." At 9,22

    Pois como grande conhecedor do Antigo Testamento, este Apóstolo deu-se conta que Nosso Salvador já havia encarnado e ressuscitado, como pregou na primeira visita aos judeus da cidade de Tessalônica, na Grécia: "Explicava e demonstrava, à base das Escrituras, que era necessário que Cristo padecesse e ressurgisse dos mortos. 'E este Cristo é Jesus que eu vos anuncio.'" At 17,3

    Mas a Encarnação de Cristo, enquanto capítulo da Revelação da Santíssima Trindade, vai muito além do que as palavras dizem. Deus é muito maior do que podemos expressar. Na Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios, o Último Apóstolo segue: "Ele (Deus) é que nos fez aptos para ser Ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica." 2 Cor 3,6

    E nem todos têm a Graça da presença do Espírito de Deus em si, como Segunda Carta de São João diz. Dentre estes, ele aponta os falsos mestres: "Muitos sedutores têm saído pelo mundo afora, os quais não proclamam Jesus Cristo encarnado." 2 Jo 1,7

    Contudo, quem recebeu o Espírito Santo sabe Quem é Jesus, e também sabe que nasceu de novo. A Primeira Carta de São João assegura: "Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus..." 1 Jo 5,1a

    Por isso, a Primeira Carta de São Pedro, privilegiada testemunha da Transfiguração, afirma a absoluta Majestade de Jesus, citando classes de anjos: "Esse Jesus Cristo, tendo subido ao Céu, está assentado à direita de Deus, depois de ter recebido a submissão dos anjos, dos principados e das potestades." 1 Pd 3,22

    Sua Vida é nosso parâmetro, portanto, e representa o pleno cumprimento da Lei, quer dizer, do Antigo Testamento . Foi o que a Carta de São Paulo aos Romanos concluiu: "Porque a finalidade da Lei é Cristo..." Rm 10,4

    Por Ele temos a definitiva purificação, segundo a Carta de São Paulo aos Colossenses: "Há bem pouco tempo éreis vós alheios a Deus e inimigos por vossos pensamentos e más obras, mas eis que agora Ele (Jesus) vos reconciliou pela morte de Seu Corpo Humano, para que vos possais apresentar Santos, imaculados, irrepreensíveis aos olhos do Pai." Cl 1,21-22

    E assim sabemos que, como Sua Doutrina, Jesus é eterno, é Deus, como os seguidores da tradição de São Paulo afirmam na Carta aos Hebreus: "Jesus Cristo sempre é o mesmo: ontem, hoje e por toda eternidade." Hb 13,8

    De fato, em resposta a Santa Marta, pouco antes da Ressurreição de São Lázaro, seu irmão, Jesus afirmou ser a própria Vida. Está no Evangelho segundo São João: "Eu sou a Ressurreição e a Vida." Jo 11,25

    O Último Apóstolo bem compreendeu o que significa ser cristão neste mundo, ou seja, ser Igreja: "O que falta às tribulações de Cristo, completo em minha carne, por Seu Corpo que é a Igreja." Cl 1,24b

    E aferindo Sua grandeza em comparação às tradições religiosas dos judeus, ele vai dizer: "Tudo isto não é mais que sombra d'Aquele que devia vir. A realidade é o Corpo de Cristo." Cl 2,17