Jesus, sem dúvida, 'interpôs-Se' entre Deus e o mundo, apresentou-Se como o único caminho que leva ao Pai. Ele disse aos Apóstolos após a Santa Ceia, como o Evangelho segundo São João registrou: "Ninguém vem ao Pai senão por Mim." Jo 14,6b
Afirmou, ao fim da preparação que deu aos Apóstolos na narrativa do Evangelho segundo São Mateus, que só era possível conhecer o Pai se Ele O revelasse: "Ninguém conhece o Filho, senão o Pai. E ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo." Mt 11,27b
Nas primeiras palavras de São João Evangelista, as próprias visões que até então se tinha de Deus seriam meras representações, e só em Jesus chegariam à plenitude: "Ninguém jamais viu Deus. O Único Filho, que está no seio do Pai, foi Quem O revelou." Jo 1,18
Só por Jesus, portanto, devemos viver, porque assim é o projeto do Pai. É o que a Primeira Carta de São João diz: "Nisto manifestou-se o amor de Deus para conosco: em ter-nos enviado ao mundo Seu Único Filho, para que por Ele vivamos." 1 Jo 4,9
A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, invocando Sua Paixão, diz o mesmo, pois a Comunhão dos Santos envolve a Igreja itinerante, que está na Terra, e a santificante, que está no Purgatório: "Ele morreu por nós, a fim de que nós, quer em estado de vigília, quer de sono, vivamos em união com Ele." 1 Ts 5,10
E conforme o inspirado testemunho de São João Batista, após o Batismo de Nosso Senhor, só através da manifestação de Jesus que podemos atestar a veracidade de Deus: "Aquele que recebe Seu testemunho confirma que Deus é verdadeiro." Jo 3,33
Nosso Salvador, porém, foi ainda mais longe e deu-nos um novo conceito de Deus, que mais tarde seria entendido como a Santíssima Trindade. Ele afirmou perante os judeus no Templo de Jerusalém, durante a Festa da Dedicação: "Eu e o Pai somos Um." Jo 10,30
De fato, em Sua última Páscoa, clamando em Jerusalém, Ele explicou-Se nestes termos: "Aquele que crê em Mim, crê não em Mim, mas n'Aquele que Me enviou. E aquele que Me vê, vê Aquele que Me enviou." Jo 12,44b-45
E denunciando o ódio que o mundo tem a Deus, sentenciou na noite em que seria preso, quando menciona uma passagem do Livro dos Salmos: "Se Eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado. Mas agora não há desculpa para seu pecado. Se Eu não tivesse feito entre eles obras, como nenhum outro fez, não teriam pecado. Mas agora as viram e odiaram a Mim e a Meu Pai. Foi, porém, para que se cumpra a Palavra que está escrita em Sua Lei: 'Odiaram-Me sem motivo (Sl 34,19; 68,5).'" Jo 15,22.24-25
Até explicou o porque da confusão que os judeus de Jerusalém viviam, durante a Festa das Tendas: "Respondeu Jesus: 'Não conheceis nem a Mim nem a Meu Pai. Se Me conhecêsseis, certamente também conheceríeis a Meu Pai.'" Jo 8,19b
Ainda disse que, por Sua Palavra, que corresponde ao veredicto, o Pai seria honrado. Foi depois que curou o cego de nascença na Cidade Santa: "Porque o Pai não julga ninguém, mas entregou todo Julgamento ao Filho. Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,22-23
Rejeitar a Igreja, pois, que é o sustentáculo da Verdade, é rejeitar Deus. Ele disse aos 72 discípulos enviados adiante aos lugares onde havia de ir, na leitura do Evangelho segundo São Lucas: "Quem vos ouve, a Mim ouve. E quem vos rejeita, a Mim rejeita. E quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou." Lc 10,16
E assim Ele resumiu a obra da Redenção perante uma multidão à margem do Mar da Galileia, após multiplicar pães e peixes e falar do Pão do Céu: "Perguntaram-Lhe: 'Que faremos para praticar as obras de Deus?' Respondeu-lhes Jesus: 'A obra de Deus é esta: que creiais n'Aquele que Ele enviou.'" Jo 6,28-29