quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Deus de Misericórdia, Mas Também de Justiça

     No Último Dia, Jesus, o Justo Juiz, prometeu recompensar todo e qualquer pequeno gesto de caridade feito nessa vida. Ele garantiu após escolher os Doze Apóstolos, na narrativa do Evangelho segundo São Mateus: "Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água fresca a um destes pequeninos, porque é Meu discípulo, em Verdade Eu digo-vos: não perderá sua recompensa." Mt 10,42

    Mas com a mesma acuidade prometeu que cada vã palavra terá um preço a ser pago. Ou seja, caso delas não nos arrependamos, seremos cobrados: "Eu digo-vos: no Dia do Juízo os homens prestarão contas de toda vã palavra que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado." Mt 12,36-37

    Por isso, em Sua última subida a Jerusalém no Evangelho segundo São Lucas, Nosso Salvador assegurou que no Grande Dia do Juízo tudo será revelado: "Porque nada há oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido." Lc 12,2

    Ou seja, cada um será recompensado ou punido estritamente por sua própria conduta. Vale dizer: pensamentos e palavras, atos e omissões. Nosso Senhor já havia anunciado: "Porque o Filho do Homem há de vir na Glória de Seu Pai com Seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras." Mt 16,27

    E ainda ao Mar da Galileia, Ele abertamente falava do inferno: "Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos, e arrojá-los-ão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes." Mt 13,49-50

    Ora, versando sobre bons e maus, havia 600 anos, Deus mesmo argumentou no Livro do Profeta Ezequiel: "'Terei Eu prazer com a morte do malvado?' Oráculo do Senhor Javé. 'Não desejo Eu, antes, que ele mude de proceder e viva? E se um justo abandonar sua justiça, se praticar o mal e imitar todas abominações cometidas pelo malvado, viverá ele? Não será tido em conta qualquer dos bons atos que houver praticado. É em razão da infidelidade, da qual se tornou culpado, e dos pecados que tiver cometido que deverá morrer.'" Ez 18,23-24

    A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses também vaticinou: "A respeito da época e do momento, não há necessidade, irmãos, de que vos escrevamos. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como um ladrão de noite. Quando os homens disserem: 'Paz e segurança!', então repentinamente lhes sobrevirá a destruição, como as dores à mulher grávida. E não escaparão!" 1 Ts 5,1-3

    Para conscientizar-nos da gravidade do Juízo, a Segunda Carta de São Pedro lembrou do destino dado por Deus aos anjos caídos: "Pois se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas precipitou-os nos tenebrosos abismos do inferno, onde os reserva para o Julgamento... é porque o Senhor sabe livrar das provações os piedosos e reservar os ímpios para serem castigados no Dia do Juízo, principalmente aqueles que correm com impuros desejos atrás dos prazeres da carne e desprezam a autoridade. Audaciosos, arrogantes, não temem falar injuriosamente das Glórias..." 2 Pd 2,4.9-11

    A Carta de São Tiago, porém, afirma que quem usa de Misericórdia para com seu semelhante já tem um grande trunfo no Dia do Juízo: "Haverá Juízo sem Misericórdia para aquele que não usou de Misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o Julgamento." Tg 2,13

    E na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, ele, apesar de prudente, mostrava-se confiante: "É verdade que minha consciência em nada me acusa, mas não é por isso que posso ser considerado justo. Quem me julga é o Senhor! Portanto, não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que venha o Senhor. Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido." 1 Cor 4,4-5