sexta-feira, 22 de novembro de 2024

O Poder da Igreja

    Após ressuscitar, Jesus investiu Seus Apóstolos e discípulos com autoridade e poder. Essa é Sua força que permanece entre os homens para a edificação de Sua Igreja, que tem a notória função de confirmar Sua divindade. No Evangelho segundo São Marcos, Ele disse aos Onze no Domingo da Ressurreição: "'Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão demônios em Meu Nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal. Imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados.' Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles, e confirmava Sua Palavra com os milagres que a acompanhavam." Mc 16,17-18.20

    Com efeito, como Nosso Salvador afirmou quando foi reconhecido por São Pedro como o Messias, a Igreja é invencível. Está no Evangelho segundo São Mateus: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela." Mt 16,18b

    De maior importância, pois, é o poder de perdoar os pecados, que, conforme o Evangelho segundo São João, Ele exclusivamente deu a Seus Sacerdotes, Graça que nos é concedida pelo Sacramento da Reconciliação com Deus: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, sê-lhes-ão perdoados. Àqueles a quem os retiverdes, sê-lhes-ão retidos." Jo 20,22a-23

    Nem toda manifestação de poder, contudo, tem por intenção fazer-nos participar do Reino de Deus. Satanás realiza espetáculos que enganam os olhos e a muitos afastam da Sã Doutrina, como o próprio Jesus avisou aos Apóstolos após o Domingo de Ramos: "Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de seduzir, se possível fosse, até mesmo os escolhidos." Mt 24,24

    De fato, falando de um tempo em que muitos abandonariam a fé, esse também foi um aviso da Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses: "A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda sorte de enganadores portentos, sinais e prodígios." 2 Ts 2,9

    Apesar da ousadia de insurgir-se em combate contra o próprio Deus, porém, não resta dúvida que o poder do inimigo não prosperará, como as visões do Livro do Apocalipse de São João atestam. Ele disse dos inimigos de Deus, seres espirituais e poderosos da Terra, que nos últimos tempos se unirão: "Combaterão contra o Cordeiro, mas o Cordeiro vencê-los-á, porque é Senhor dos senhores e Rei dos reis." Ap 17,14a

    Até lá, na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, o Último Apóstolo assim descreve o poder da Igreja, que é o Reino de Sacerdotes, citando várias classes de anjos caídos: "Depois virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário que Ele reine, até que ponha todos inimigos debaixo de Seus pés. O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus tudo sujeitou debaixo de Seus pés. E quando tudo Lhe estiver sujeito, então o próprio Filho também renderá homenagem Àquele que Lhe sujeitou todas coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos." 1 Cor 15,24.26-28

    Ora, fazendo lembrar as trombetas que destruíram as muralhas de Jericó (cf. Js 6,20), a Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios asseverava: "Não são carnais as armas com que lutamos. São poderosas, em Deus, capazes de arrasar fortificações. Nós aniquilamos todo raciocínio e todo orgulho que se levanta contra o conhecimento de Deus, e cativamos todo pensamento e reduzimo-lo à obediência a Cristo." 2 Cor 10,4-5

    Quanto aos Santos, cujas almas alcançam a santidade e são a verdadeira face da Igreja, Jesus prometeu-lhes, dirigindo-Se à igreja de Tiatira através de São João Apóstolo, grande poder ainda sobre este mundo: "Então ao vencedor, ao que praticar Minhas obras até o fim, lhe darei poder sobre as pagãs nações. Ele regê-las-á com cetro de ferro, como se quebra um vaso de argila, assim como Eu mesmo recebi o poder de Meu Pai. E dá-lhe-ei a Estrela da Manhã." Ap 2,26-28