sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Tempos do Espírito Santo, da Igreja ou dos Sacramentos

    Para os tempos que Lhe sucederiam, Jesus, em despedida dos Apóstolos, garantiu à Sua Igreja a permanente presença do Espírito Santo através dos séculos. Está no Evangelho segundo São João: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele dá-vos-á outro Paráclito para que convosco fique eternamente. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece. Mas vós conhecê-Lo-eis, porque convosco permanecerá e em vós estará." Jo 14,16-17

    A Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios, portanto, fala do glorioso Ministério do Espírito Santo, iniciado com o nascimento da Santa Igreja, isto é, no Pentecostes (cf. At 2,4): "Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de tal glória que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos no rosto de Moisés, por causa do resplendor de sua face, embora transitório, quanto mais glorioso não será o Ministério do Espírito?" 2 Cor 3,7-8

    E a Primeira Carta de São João, referindo-se ao Sacramento da Crisma, defende o Evangelho original, ensinado oralmente, e explica: "Vós, porém, tendes a Unção do Santo e sabeis todas coisas. Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se em vós permanecer o que ouvistes desde o princípio, também permanecereis vós no Filho e no Pai. E não tendes necessidade de que alguém vos ensine, mas, como Sua unção vos ensina todas coisas, assim é ela verdadeira e não mentira. Permanecei n'Ele, como ela vos ensinou." 1 Jo 2,20.24.27b

    De fato, o pequeno resto, que persevera e representa a Igreja, chegará a perfeita santidade. A Carta de São Paulo aos Colossenses previu: "Vós despiste-vos do velho homem com seus vícios e revestiste-vos do novo, que constantemente vai restaurando-se à imagem d'Aquele que o criou, até atingir o perfeito conhecimento. Aí não haverá mais grego nem judeu, nem bárbaro nem cita, nem escravo nem livre, mas somente Cristo que será tudo em todos." Cl 3,11

    A Segunda Carta de São Pedro, pois, vê o amor de Deus no vagar do tempo dessa espera: "O Senhor não retarda o cumprimento de Sua promessa, como alguns pensam, mas usa da paciência para convosco. Ele não quer que alguém pereça. Ao contrário, quer que todos se arrependam." 2 Pd 3,9

    Contudo, pela Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo fomos avisados de que espiritualmente viveríamos difíceis tempos, quando muitos abandonam a Igreja por causa da proliferação de falsas e tenebrosas doutrinas: "O Espírito expressamente diz que, nos vindouros tempos, alguns hão de apostatar da dando ouvidos a embusteiros espíritos e a diabólicas doutrinas, de hipócritas e impostores, marcados na própria consciência com o ferrete da infâmia..." 1 Tm 4,1-2

    E assim se dá apesar do reinado dos Santos junto ao Cristo já em ação, que durará um perfeito período, como o Livro do Apocalipse de São João registrou: "Também vi tronos, sobre os quais se assentaram aqueles que receberam o poder de julgar: eram as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e todos aqueles que não tinham adorado a Fera ou sua imagem, que não tinham recebido seu sinal na fronte nem nas mãos. Eles viveram uma Nova Vida e com Cristo reinaram por mil anos. Feliz e Santo é aquele que toma parte na primeira ressurreição! Sobre eles a segunda morte não tem poder, mas serão Sacerdotes de Deus e de Cristo: com Ele reinarão durante os mil anos." Ap 20,4.6

    Pois mesmo diante de verdadeiras chacinas, nem a intercessão dos Santos no Céu, diante do Trono de Deus, será prontamente atendida. Foi a visão registrada pelo Amado Discípulo: "Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do Altar as almas dos homens imolados por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: 'Até quando Tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar nosso sangue contra os habitantes da Terra?' Então foi dada a cada um deles uma branca veste, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam para ser mortos com eles." Ap 6,9-11