domingo, 19 de janeiro de 2025

A Igreja de Jesus

 

    Jesus mesmo afirmou em Sua última aparição, antes de definitivamente ascender aos Céus, na narração do Evangelho segundo São Mateus: "Toda autoridade foi-Me dada no Céu e na Terra." Mt 28,18

    Pois para o bem do povo de Deus, Ele delegou tal autoridade à Santa Igreja, como ensinou em parábola no Evangelho segundo São Marcos: "Será como um Homem que, partindo em viagem, deixa Sua casa e delega Sua autoridade a Seus servos, indicando o trabalho de cada um, e manda ao porteiro que vigie." Mc 13,34

    A Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios exercia-a, e igualmente advertia: "Peço-vos, quando eu estiver presente, que não me veja obrigado a usar de minha autoridade, da qual realmente pretendo usar com certas pessoas que imaginam que nós procedemos com humanas intenções." 2 Cor 10,2

    A Segunda Carta de São Pedro também a defendeu, quando acusou: "... o Senhor sabe livrar das provações os piedosos homens e reservar os ímpios para serem castigados no Dia do Juízo, principalmente aqueles que correm com impuros desejos atrás dos prazeres da carne e desprezam a autoridade." 2 Pd 2,9-10a

    Ele e os Apóstolos, pois, diziam a quem Deus concede Seu Espírito, ao testemunharem Jesus como o Salvador perante o Sinédrio. O Livro dos Atos dos Apóstolos anotou: "Deste fato, nós somos testemunhas. Nós e o Espírito Santo, que Deus deu a todos aqueles que Lhe obedecem.'" At 5,32

    Ora, a Primeira Carta de São Pedro aponta as duas razões pelas quais fomos chamados pelo Pai e santificados pelo Divino Paráclito: "Pedro, Apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são estrangeiros e estão espalhados no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, eleitos segundo a presciência de Deus Pai e santificados pelo Espírito, para obedecer a Jesus Cristo e receber a devida parte da aspersão de Seu Sangue." 1 Pd 1,1-2a

    E a obediência a Jesus deve ser incondicional, tanto mais por saber que Ele continua a falar-nos através de Sua Igreja, como os seguidores da tradição de São Paulo explicaram na Carta aos Hebreus: "Guardai-vos, pois, de recusar ouvir Aquele que fala. Porque se não escaparam do castigo aqueles que d'Ele se desviaram quando lhes falava na Terra, muito menos escaparemos nós se O repelirmos quando nos fala desde o Céu." Hb 12,25

    Pois a Igreja apenas retransmite a Palavra que Ele lhe comunica através de Seus anjos. No Livro do Apocalipse de São João, Ele incumbiu-lhe de registrar Suas ordens às dioceses da Ásia de então: "Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve..." Ap 2,1

    Igualmente sentenciou contra todo teimoso: "Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se também recusar ouvir a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano." Mt 18,17

    E tal obediência é pura sensatez, porque, conforme o Príncipe dos Apóstolos, não cabem pessoais interpretações da Bíblia, senão o que foi inspirado e já revelado pelo próprio Divino Paráclito: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de pessoal interpretação. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma humana vontade. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." 2 Pd 1,20-21

    De fato, a Carta de São Judas fala da Revelação como já concluída, da "... , de uma vez para sempre confiada aos Santos." Jd 3b

    Por isso, a Carta de São Paulo aos Efésios não vacila em apontar onde devemos prestar culto ao Criador: "... a Ele seja dada Glória na igreja, e em Cristo Jesus, por todas gerações até a eternidade. Amém." Ef 3,21