sábado, 17 de maio de 2025

Para Ler Jesus

 

    Para começar, como a Segunda Carta de São Pedro tratou de advertir, é vedada qualquer pessoal interpretação das Escrituras: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de pessoal interpretação. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de vontade humana." 2 Pd 1,20-21a

    E sempre velando pelo meticuloso trabalho do Divino Espírito, ele arremata a questão, citando a inspiração e a fonte da Revelação: "Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." 2 Pd 1,21b

    A Carta de São Paulo aos Efésios, pois, defende as revelações do Espírito Santo feitas aos membros da Santa Igreja Católica: "Lendo-me, podereis entender a noção que me foi concedida do Mistério de Cristo, que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora tem sido revelado pelo Espírito a Seus Santos Apóstolos e profetas." Ef 3,4-5

    Já a Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios diz de Sua força que move a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo e está muito além de rasteiras interpretações das Escrituras: "Ele (Deus) é que nos fez aptos para sermos Ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica." 2 Cor 3,6

    E assim a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses revindica a autoridade da Igreja sobre a Revelação: "Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos infundiu Seu Espírito Santo." 1 Ts 4,8

    Por isso, ele defende a integridade da Sã Doutrina, pois, escolher o que acreditar e o que não, é o que se chama heresia: "É que, de fato, não somos, como tantos outros, falsificadores da Palavra de Deus. Mas é em sua integridade, tal como procede de Deus, que nós a pregamos em Cristo sob os olhares de Deus." 2 Cor 2,17

    Por outro lado, precisamos do Pai para conhecer o Filho, e do Filho para conhecer o Pai, como Jesus mesmo disse no Evangelho Segundo São João: "Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o trouxer... ... ninguém vem ao Pai senão por Mim." " Jo 6,44a;14,6b

    E também disse do Ministério do Santo Paráclito, muito superior ao da letra: "Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensiná-vos-á toda a Verdade, porque não falará de Si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciá-vos-á as coisas que virão." Jo 16,15

    Sem dúvida, o Divino Espírito Ele enviou exclusivamente à Igreja e com ela para sempre ficará: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele dá-vos-á outro Paráclito, para que convosco fique eternamente. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece. Mas vós conhecê-Lo-eis, porque convosco permanecerá e em vós estará." Jo 14,16-17

    Disse, portanto, da obrigação de ouvir a Igreja. Está no Evangelho Segundo São Mateus: "Se se recusa a ouvi-los, dize-o à Igreja. E se também se recusar a ouvir a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano." Mt 18,17

    Ele também pediu pela integridade do que ensinou, garantindo que ininterruptamente estaria com os membros de Sua Igreja: "Ensinai as nações a observar tudo que vos prescrevi. Eis que convosco estou todos dias, até o fim do mundo." Mt 28,20

    Porque a Sagrada Tradição é a interpretação guardada e repassada pelos Apóstolos, pois tradição significa entrega, e que oralmente se retransmitiu sob a Luz do Divino Paráclito, como a Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo diz: "Toma por modelo os salutares ensinamentos que de mim recebeste sobre a e o amor a Jesus Cristo. Guarda o Precioso Depósito, pela força do Espírito Santo que em nós habita." 2 Tm 1,13-14

    E enquanto havia apenas o Evangelho de São Mateus, escrito em aramaico, sem nenhuma versão em grego, língua universal de então, a Carta de São Paulo aos Gálatas ferrenhamente defendia a tradição oral: "Mas ainda que alguém, nós ou um anjo baixado do Céu, vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema." Gl 1,8