Jesus refere-Se ao Céu como a um Feliz e Eterno Banquete para todos povos. Ainda em Cafarnaum, após o Sermão da Montanha, quando Se admirou da grande fé de um centurião romano, Ele afirmou: "Eu digo-vos: muitos virão do Oriente e do Ocidente e sentar-se-ão à mesa no Reino do Céu, com Abraão, Isaac e Jacó..." Mt 8,11
Ele literalmente descreve Seu Reino como um banquete, como prometeu aos Apóstolos logo depois da Santa Ceia: "... Eu, pois, disponho do Reino a vosso favor, assim como Meu Pai o dispôs a Meu favor, para que comais e bebais à Minha mesa no Meu Reino..." Lc 22,29-30
E várias de Suas parábolas tinham como cenário uma farta ceia, como contou na casa de um dos chefes dos fariseus, que Lhe ofereceu uma refeição entre outros convivas: "Um Homem deu uma grande ceia e convidou muitas pessoas. O Senhor ordenou: 'Sai pelos caminhos e atalhos e obriga todos a entrar, para que se encha Minha Casa.'" Lc 14,16.23
Até fala de um Senhor que se faz servo de Seus empregados, como um prêmio a ser dado àqueles que Lhe forem fiéis. Ele ensinou a todos Seus seguidores, alertando-os para Sua Volta Triunfal no fim dos tempos: "Bem-aventurados os servos a quem o Senhor achar vigiando, quando vier! Em Verdade, digo-vos: cingir-Se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á." Lc 12,37
Foi isso que fez o inspirado rei Salomão após uma aparição de Deus em sonho, quando não Lhe pediu nem riqueza nem a morte de seus inimigos, apenas Sabedoria para reinar sobre o povo de Israel. Lê-se no Primeiro Livro de Reis: "Voltando a Jerusalém, apresentou-se diante da Arca da Aliança do Senhor e ofereceu holocaustos e sacrifícios pacíficos. E deu um banquete a todos seus servos." 1 Rs 3,15b
O Celestial Banquete, pois, já aparecia no Antigo Testamento, como está no Livro do Profeta Isaías: "O Senhor dos Exércitos preparou para todos povos, nesse monte, um Banquete de gordas carnes, um festim de velhos vinhos! De gordas e medulosas carnes, e de velhos e purificados vinhos! Nesse monte tirará o véu que vela todos povos, a cortina que recobre todas nações, e fará desaparecer a morte para sempre." Is 25,6-8a
Quanto à realidade que Jesus e os Apóstolos viviam, era bem diferente: "Em dia de sábado, Jesus atravessava umas plantações. Seus discípulos iam colhendo espigas de trigo, debulhavam-nas na mão e comiam." Lc 6,1
E se tinham alimento, não podiam comê-lo, tendo Jesus que intervir: "Ele disse-lhes: 'Vinde à parte, para algum deserto lugar, e descansai um pouco.' Porque eram muitos os que iam e vinham, e nem tinham tempo para comer. Partiram na barca para um solitário lugar, à parte." Mc 6,31-32
Quanto aos banquetes que Nosso Salvador recomenda nesse mundo, trata-se de pura caridade. Ele disse ao chefe dos fariseus que Lhe ofereceu uma refeição: "Quando deres alguma ceia, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem parentes, nem ricos vizinhos. Porque, por sua vez, eles te convidarão e assim te retribuirão. Mas quando deres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir, mas sê-te-á retribuído na Ressurreição dos justos." Lc 14,12-14
E apontou o mundano banquete como símbolo de orgulho e avareza: "Havia um rico homem que se vestia de púrpura e finíssimo linho, e todo dia banqueteava-se e regalava-se. Também havia um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que vivia deitado à porta do rico, pois avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico... Até os cães iam lamber-lhe as chagas. Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Também morreu o rico e foi sepultado. E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro em seu seio." Lc 16,19-23