sábado, 11 de outubro de 2025

O Eterno Banquete

    Jesus refere-Se ao Céu, ou ao Reino de Deus, como a um feliz e eterno banquete, do qual participarão pessoas do mundo todo. No Evangelho Segundo São Mateus, quando Se admirou da grande de um centurião romano, Ele afirmou, anunciando a universalidade da Igreja Católica Apostólica Romana: "Eu digo-vos: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e sentar-se-ão à mesa no Reino do Céu com Abraão, Isaac e Jacó..." Mt 8,11

    Ele literalmente descreve Seu Reino como um banquete, como prometeu aos Apóstolos logo depois da Santa Ceia. É do Evangelho Segundo São Lucas: "... Eu, pois, disponho do Reino a vosso favor, assim como Meu Pai o dispôs a Meu favor, para que comais e bebais à Minha mesa no Meu Reino..." Lc 22,29-30

    E várias de Suas parábolas tinham como cenário uma farta ceia, como contou na casa de um dos chefes dos fariseus, que Lhe ofereceu uma refeição entre outros convivas. Ou seja, Ele impreterivelmente vai encher Sua Casa, indicando a inviolabilidade da instauração do Reino de Deus: "Um homem deu uma grande ceia e convidou muitas pessoas. O Senhor ordenou: 'Sai pelos caminhos e atalhos e obriga todos a entrar, para que se encha Minha Casa.'" Lc 14,16.23

    Também fala do imenso amor de Deus, em completa 'inversão os papéis,' como Senhor que Se faz servo de Seus empregados, premiando àqueles que Lhe são fiéis. Ensinou-o a todos Seus seguidores, quando os alertou para Sua Volta Triunfal no fim dos tempos. É do Evangelho Segundo São Lucas: "Bem-aventurados os servos a quem o Senhor achar vigiando, quando vier! Em Verdade, digo-vos: cingir-Se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á." Lc 12,37

    Pois foi isso que havia feito o inspirado rei Salomão após uma visão de Deus em sonho, quando não Lhe pediu nem riqueza nem a morte de seus inimigos, apenas Sabedoria para reinar sobre o povo de Israel. Lê-se no Primeiro Livro de Reis: "Voltando a Jerusalém, apresentou-se diante da Arca da Aliança do Senhor e ofereceu holocaustos e sacrifícios pacíficos. E deu um banquete a todos seus servos." 1 Rs 3,15b

    E com a ostensiva manifestação do Reino dos Céus, após o Juízo Final, ele será ofertado por Deus mesmo, como Jesus prometeu acima (cf. Lc 12,37). O Livro do Profeta Isaías anuncia, dizendo da Jerusalém Celestial: "O Senhor dos Exércitos preparou para todos povos, nesse monte, um banquete de gordas carnes, um festim de velhos vinhos! De gordas e medulosas carnes, e de velhos e purificados vinhos! Nesse monte tirará o véu que vela todos povos, a cortina que recobre todas nações, e para sempre fará desaparecer a morte." Is 25,6-8a

    Quanto ao dia-a-dia de Jesus e dos Apóstolos, sem ter "onde recostar a cabeça" (cf. Lc 9,58), era bem diferente: "Em dia de sábado, Jesus atravessava umas plantações. Seus discípulos iam colhendo espigas de trigo, debulhavam-nas na mão e comiam." Lc 6,1

    E se tinham alimento, não podiam comê-lo, tendo Jesus que intervir, como o Evangelho Segundo São Marcos apontou: "Ele disse-lhes: 'Vinde à parte, para algum deserto lugar, e descansai um pouco.' Porque eram muitos aqueles que iam e vinham, e nem tinham tempo para comer. Partiram na barca para um solitário lugar, à parte." Mc 6,31-32

    Quanto aos banquetes que Nosso Salvador recomenda nesse mundo, ao contrário das práticas da mera boa vizinhança, trata-se de pura caridade. Ele disse ao chefe dos fariseus que Lhe ofereceu uma refeição: "Quando deres alguma ceia, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem parentes, nem ricos vizinhos. Porque, por sua vez, eles te convidarão e assim te retribuirão. Mas quando deres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir, mas sê-te-á retribuído na Ressurreição dos justos." Lc 14,12-14

    E apontou o mundano banquete como símbolo de orgulho e avareza: "Havia um rico homem que se vestia de púrpura e finíssimo linho, e todo dia banqueteava-se e regalava-se. Também havia um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que vivia deitado à porta do rico, pois avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico... Até os cães iam lamber-lhe as chagas. Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Também morreu o rico e foi sepultado. E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro em seu seio." Lc 16,19-23