Sete séculos antes da Encarnação de Cristo, no Livro do Profeta Isaías, Deus já tinha prometido que, para bem realizar Sua justiça, criaria novos céus e nova Terra: "... porque as desgraças de outrora serão esquecidas, já não lhes volverão ao espírito. Pois Eu vou criar novos céus e nova Terra. O passado já não será lembrado, já não volverá ao espírito, mas será experimentada a eterna alegria e felicidade daquilo que vou criar." Is 65,16b-18a
Ele promete, portanto, a verdadeira felicidade, quer dizer, os Céus, para que nele Seus filhos vivam a eternidade: "'Pois, assim como os novos céus e a nova Terra, que vou criar, devem subsistir diante de Mim', declara o Senhor, 'assim devem subsistir vossa raça e vosso nome.'" Is 66,22
Longe de atemorizar, portanto, a intenção de Deus ao revelar o fim dos tempos é exclusivamente garantir a realização de Sua justiça, e assim oferecer Consolação a Seu povo. Foi exatamente nestes termos que o Livro de Eclesiástico interpretou as visões do Profeta Isaías: "Por uma poderosa inspiração, ele viu o fim dos tempos, e consolou aqueles que choravam em Sião. Ele anunciou o futuro até a eternidade, assim como as coisas ocultas antes que se cumprissem." Eclo 48,27-28
Falando sobre esse assunto, o temível Dia do Senhor, a Segunda Carta de São Pedro deu detalhes. Mas sua maior preocupação é com a purificação de nosso Coração, para que efetivamente alcancemos esta promessa de Deus: "Naquele dia, os céus passarão com um assombroso estrondo, os elementos abrasados dissolver-se-ão e a Terra será consumida com todas obras que ela contém. Uma vez que todas estas coisas hão de desagregar-se, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o Dia de Deus, esse Dia em que, inflamados, os céus hão de dissolver-se e, abrasados, os elementos hão de fundir-se! Nós, porém, segundo Sua promessa, esperamos novos céus e uma nova Terra, nos quais habitará a justiça." 2 Pd 3,10-13
Ora, o próprio Jesus falou sobre idênticos e cósmicos fenômenos, que sucederão a Grande Tribulação por Ele anunciada (cf. Mc 13,19). Foi durante Sua última Páscoa em Jerusalém, enquanto preparava os Apóstolos, como o Evangelho Segundo São Mateus narra: "Logo após estes dias de Tribulação daqueles dias, o sol vai ficar escuro, a lua não mais brilhará e as estrelas cairão do céu, e os poderes do espaço ficarão abalados." Mt 24,29
E no Evangelho Segundo São Lucas, também depois do Domingo de Ramos, Ele deu detalhes da reação da humanidade diante de tão estarrecedores acontecimentos: "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E na Terra, as nações cairão em desespero, apavoradas com o barulho do mar e das ondas. Os homens desmaiarão de medo e ansiedade, pelo que vai acontecer a toda Terra..." Lc 21,25-26
Afirmou o fim de todo Universo, em contraponto à perenidade de Sua Palavra. Está entre Seus últimos ensinamentos na Cidade Santa: "Os céus e a Terra desaparecerão, mas Minhas palavras não desaparecerão." Lc 21,33
Em perfeita concordância, o Príncipe dos Apóstolos vai reafirmar o poder do Verbo Encarnado, também indicando o final destino de tudo que conhecemos: "Mas os céus e a Terra que agora existem são guardados pela mesma Divina Palavra, e reservados para o fogo no Dia do Juízo e da perdição dos ímpios." 2 Pd 3,7
Para nós, no entanto, sem os auxílios do Espírito de Cristo é inimaginável tamanho poder que Deus manifestará. Mas Ele tornou a revelá-lo quase ao fim o Livro de Apocalipse de São João, para que fosse registrado como parte também da Nova Aliança: "Vi, então, um grande trono branco e Aquele que nele Se sentava (Deus). Os céus e a Terra fugiram de Sua face, e já não se achou lugar para eles." Ap 20,11E testemunhou mais esta visão: "Então Aquele que está assentado no trono disse: 'Eis que Eu renovo todas coisas.' Ainda disse: 'Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.' Novamente disse-me: 'Está pronto! Eu sou o Alfa e o Ômega, o Começo e o Fim.'" Ap 21,5-6a
