De uma grandiosa visão que teve do Retorno de Cristo, quando se dará o Juízo Final, o remoto Livro do Profeta Joel atesta as convulsões dos astros, e exclama: "Que multidão, que multidão no vale do Julgamento, porque chegou o Dia do Senhor! O sol e a lua obscurecem-se, as estrelas empalidecem. O Senhor rugirá de Sião, trovejará de Jerusalém. Os céus e a Terra serão abalados!" Jl 4,14-16
De fato, no Livro do Profeta Isaías, Deus mesmo deu detalhes do pleno estabelecimento de Sua justiça como obra de Seu Filho: "Ele não julgará pelas aparências, não decidirá pelo que ouvir dizer, mas julgará os fracos com equidade, fará justiça aos pobres da Terra, ferirá o impetuoso homem com uma sentença de Sua boca, e com o sopro de Seus lábios fará morrer o ímpio. A justiça será como o cinto de Seus rins, e a lealdade circundará Seus flancos. Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera deitar-se-á ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um pequeno menino conduzi-los-á. A vaca e o urso fraternizar-se-ão, juntas suas crias repousarão, e o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em todo Meu Santo Monte, porque a Terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar." Is 11,3b-9
Ora, no Livro dos Atos dos Apóstolos, São Pedro chamou tal momento de 'restauração universal' enquanto pregava ao povo no Pórtico de Salomão, à frente do Templo de Jerusalém, depois de causar grande alvoroço por haver curado um aleijado de nascença. Foi poucos dias depois do Pentecostes: "Virão, assim, da parte do Senhor (Deus) os tempos de refrigério, e Ele enviará Aquele que vos é destinado: Cristo Jesus. É necessário, porém, que o Céu O receba até os tempos da restauração universal, da qual Deus outrora falou pela boca de seus Santos Profetas." At 3,20-21
E na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, ele complementa: "Com efeito, se por um homem veio a morte, por um Homem vem a Ressurreição dos Mortos. Assim como em Adão todos morrem, em Cristo todos reviverão. Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de Sua Vinda. Depois, virá o fim, quando Ele entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário que Ele reine, até que ponha todos inimigos debaixo de Seus pés. O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo de Seus pés." 1 Cor 15,21-26
Na Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo, pois, o Último Apóstolo pede-lhe, entre as últimas recomendações, total obediência ao Evangelho: "... recomendo-te que sem mácula e irrepreensível guardes o Mandamento, até a Aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual a seu tempo será realizada pelo Bem-Aventurado e Único Soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, o Único que possui a imortalidade e habita em inacessível luz, a Quem nenhum homem viu, nem pode ver. A Ele, honra e eterno poder! Amém." 1 Tm 6,14-16
E assim, esse será o cumprimento de mais uma profecia do Profeta Isaías: "Nesse Monte, tirará o véu que vela todos povos, a cortina que recobre todas nações, e para sempre fará desaparecer a morte. O Senhor Deus de todas faces enxugará as lágrimas, e de toda Terra tirará o opróbrio que pesa sobre Seu povo, porque o Senhor o disse." Is 25,7-8
Cantando sobre os seres vivos e toda obra da Criação, o Livro dos Salmos já reconhecia tal poder: "Se enviais, porém, Vosso Espírito, eles revivem, e renovareis a face da Terra. Ele, Cujo olhar basta para fazer tremer a Terra, e Cujo contato inflama as montanhas." Sl 103,30.32