Os dois discípulos, que no Domingo da Ressurreição partiram para Emaús, atestaram o efeito da Palavra de Jesus, mesmo quando Ele ainda não Se tinha identificado. É uma das últimas cenas do Evangelho segundo São Lucas: "Não se nos abrasava o coração quando pelo caminho Ele falava e explicava as Escrituras?" Lc 24,32b
No Evangelho segundo São Marcos, após entrar em Jerusalém no Domingo de Ramos, quando foi questionado por um escriba sobre o mais importante Mandamento, Jesus, depois de responder, atestou que ele conhecia a Graça de Deus, pelo comentário que fez, e disse-lhe em significativo elogio: "Não estás longe do Reino de Deus." Mc 12,34
E assim, em avançada etapa de Sua Missão, Ele anunciou a sutil instauração do Reino dos Céus: "O Reino de Deus não virá de um ostensivo modo. Nem se dirá: 'Ei-lo aqui'; ou: 'Ei-lo ali'. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós." Lc 17,20-21
Disse, ademais, da Comunhão como Pai que Sua Ressurreição provaria aos Apóstolos, assim como da Comunhão dos Santos. Eram Suas últimas palavras depois da Santa Ceia, como lemos no Evangelho segundo São João: "Naquele dia conhecereis que estou em Meu Pai, e vós em Mim e Eu em vós." Jo 14,20
Pela Sacramento da Comunhão, portanto, usufruímos de Sua presença como Ele garantiu à Igreja pouco antes de Sua Ascensão aos Céus. É do Evangelho segundo São Mateus: "Ensinai-as a observar tudo que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos dias, até o fim do mundo." Mt 28,20
De fato, Deus mesmo distinguia entre Sua forte presença e Sua Onipresença, falando no Livro do Profeta Jeremias: "'Porventura Eu sou Deus apenas quando estou perto?', Oráculo do Senhor. 'Não O sou também quando de longe?" Jr 23,23
Eis que o Livro dos Salmos canta: "O Senhor aproxima-Se dos que O invocam, daqueles que O invocam com sinceridade." Sl 144,18
Nestes termos falava da necessária contrição: "O Senhor está perto dos contritos de coração, e salva os que têm o espírito abatido. O Senhor livra a alma de Seus servos. Não será punido quem a Ele se acolhe." Sl 33,19.23
E reconhece o Templo de Jerusalém, hoje representado pela Igreja, como adequado lugar para este contato: "Vinde, exultantes entrai em Sua presença! Cantando entrai sob Seus pórticos, com cânticos vinde a Seus átrios! Glorificai-O e bendizei Seu Nome..." Sl 99,2.4
Mas depois da Vinda do Salvador, a Carta de São Paulo aos Efésios diz do correto meio: "Em Cristo, pela fé que n'Ele temos, conseguimos plena liberdade para confiantemente aproximarmo-nos de Deus." Ef 3,12
E na Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo, instando-o a pregar, ele invocava a real presença de Deus, por saber sempre estar diante de Seus olhos: "Eu conjuro-te em presença de Deus e de Jesus Cristo..." 2 Tm 4,1a
Ora, pela Comunhão da Santíssima Trindade, esta também é a condição do Espírito Santo entre nós. Jesus afirmou a momentos de seguirem para o Horto das Oliveiras, onde seria preso: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele dá-vos-á outro Paráclito, para que convosco fique eternamente. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber porque não O vê nem O conhece. Mas vós conhecê-Lo-eis, porque convosco permanecerá e em vós estará." Jo 14,16-17
Porque só com a total libertação promovida pelo Santo Paráclito, podemos servir a Deus em santidade, como previu o sacerdote Zacarias, pai de São João Batista, ainda no início do Novo Testamento: "... libertados de inimigas mãos, possamos servi-Lo em santidade e justiça, em Sua presença, todos dias de nossa vida." Lc 1,74-75
Por isso, a Carta de São Tiago garante: "Aproximai-vos de Deus, e Ele aproximar-Se-á de vós." Tg 4,8a