"Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em Verdade, digo-vos: já receberam sua recompensa. Quando orares, entra em teu quarto, fecha a porta e ora a Teu Pai em segredo. E Teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensá-te-á." Mt 6,5-6
"Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um abatido semblante para manifestar aos homens que jejuam. Em Verdade, digo-vos: já receberam sua recompensa. Quando jejuares, perfuma tua cabeça e lava teu rosto." Mt 6,16-17
"Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em Verdade, digo-vos: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita." Mt 6,2-3
Nosso Salvador, porém, também advertiu do necessário perdão a ser oferecido antes de qualquer oração. Está no Evangelho segundo São Marcos: "E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que Vosso Pai, que está nos Céus, também perdoe vossos pecados. Mas se não perdoardes, Vosso Pai que está nos Céus tampouco perdoará vossos pecados." Mc 11,25-26
Ora, o Arcanjo São Rafael já havia falado dessas práticas no Livro de Tobias, dizendo a Tobit, seu pai: "Boa coisa é a oração acompanhada de jejum, e a esmola é preferível aos escondidos tesouros de ouro. Porque a esmola livra da morte: ela apaga os pecados e faz encontrar a Misericórdia e a Vida Eterna..." Tb 12,8-9
E há vários exemplos de jejum, ou abstinência. Por primeiro, destaca-se São João Batista, que foi um penitente por vida, como se vê no Evangelho segundo São Lucas, complementado por São Mateus: "O menino foi crescendo e fortificava-se em espírito, e viveu nos desertos até o dia em que se apresentou diante de Israel. João usava uma vestimenta de pelos de camelo e um cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e silvestre mel." Lc 1,80; Mt 3,4
O próprio Jesus, em Sua última Páscoa, apontou o gesto de uma viúva no Templo, que fielmente cumpria os Mandamentos da Lei e vivia tão somente das Graças de Deus: "Jesus sentou-Se defronte do cofre de esmola e observava como o povo nele deitava dinheiro. Muitos ricos depositavam grandes quantias. Chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, no valor de apenas um quadrante. Ele chamou Seus discípulos e disse-lhes: 'Em Verdade, digo-vos: esta pobre viúva deitou mais que todos que lançaram no cofre, porque todos deitaram do que tinham em abundância. Esta, porém, de sua indigência, pôs tudo que tinha para seu sustento.'" Mc 12,41-44
A Primeira Carta de São Pedro, por sua vez, lembrando o Livro de Provérbios, exalta a excelência da caridade, seja material ou espiritual: "Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque ela cobre uma multidão de pecados. (Pr 10,12)" 1 Pd 4,8
Aos fariseus, Jesus recomendou a caridade material como modo de purificação dos objetos de diário uso: "Antes dai esmola do que possuís, e todas coisas sê-vos-ão limpas." Lc 11,41
E a todos, a ativa caridade material ou espiritual: "... porque tive fome e Me deste de comer; tive sede e Me deste de beber; era peregrino e Me acolheste; nu e Me vestiste; enfermo e Me visitaste; estava na prisão e viestes a Mim. Em Verdade, Eu declaro-vos: todas vezes que fizestes isto a um destes meus pequeninos irmãos, foi a Mim mesmo que o fizestes." Mt 25,35-36.40b