O próprio Jesus pediu ao Pai pela perfeita Unidade entre Ele, os Apóstolos e nós, e que assim a Igreja verdadeiramente viva em união, tal qual a d'Ele com o Pai e com o Santo Paráclito. É a Oração da Unidade, proferida na noite em que iniciaria Sua Paixão, como está no Evangelho segundo São João: "Para que todos sejam Um, assim como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti. Para que eles também estejam em Nós: Eu neles e Tu em Mim. Para que sejam perfeitos na Unidade..." Jo 17,21.23
Ora, nessa mesma ocasião, Ele distintivamente selou Sua união com os Apóstolos, fundamentos de Sua Igreja, pois essa união é a própria Glória de Deus: "Dei-lhes a Glória que Me deste, para que sejam Um, como Nós somos Um." Jo 17,22
Pois é a Unidade que o só Espírito de Deus pode proporcionar-nos, acertadamente chamada de Comunhão Espiritual, que se efetiva através da Comunhão Eucarística, isto é, do Corpo e o Sangue de Jesus transubstanciados na Hóstia Consagrada. A Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios diz: "Uma vez que há um único Pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só Corpo, porque todos nós comungamos do mesmo Pão." 1 Cor 10,17
Nosso Salvador mesmo, após multiplicar pães e peixes, afirmou que só assim se dá a perfeita Aliança com Ele: "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue, permanece em Mim e Eu nele.'" Jo 6,56
Porque, se guiados pelo Espírito de Cristo, só poderíamos ser guiados a um único e mesmo entendimento. Essa é a Unidade da Igreja, a Comunhão dos Santos, a "Comunhão do Espírito Santo" de que a Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios falou: "A Graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a Comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!" 2 Cor 13,13
A Carta de São Paulo aos Efésios diz qual deve ser nosso esforço: "Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da Paz." Ef 4,3
Pois a despeito do que incautos e hereges ensinam, o Espírito Santo jamais abandonou nem jamais abandonará a Santa Igreja. Essa foi outra promessa de Jesus aos Apóstolos, também na noite da Santa Ceia: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele dá-vos-á outro Paráclito, para que convosco fique eternamente." Jo 14,16
A Carta de São Paulo aos Romanos, pois, falou sobre o que significa sermos membros do Corpo Místico de Cristo, ou seja, da Igreja Católica: "Pois, como em um só corpo temos muitos membros e cada um dos nossos membros tem diferente função, assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só Corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro." Rm 12,4-5
Isso representa, conforme a Primeira Carta de São João, estar na Luz da Verdade, na companhia dos irmãos, onde podemos obter o perdão de nossas faltas: "Se dizemos ter Comunhão com Deus, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a Verdade. Se, porém, andamos na Luz como Ele mesmo está na Luz, temos Comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, purifica-nos de todo pecado." 1 Jo 1,6-7
Pois se temos os dons de Deus, a finalidade deles é uma só, como ele diz, explicitando que não há dom do Espírito Santo para atacar a Igreja: "Assim, uma vez que aspirais aos dons espirituais, procurai tê-los em abundância para edificação da Igreja." 1 Cor 14,12
Ora, foi em favor da Igreja que se deu o Sacrifício Pascal: "... Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela Água do Batismo com a Palavra, para a Si mesmo apresentá-la toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito, mas santa e irrepreensível." Ef 5,25b-27
E para livrar-nos da sedução da dissidência, certamente semeada pelo inimigo, a Segunda Carta de São Pedro proíbe que se faça interpretações da Bíblia: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de pessoal interpretação." 2 Pd 1,20