domingo, 2 de fevereiro de 2025

Apresentação do Senhor

    Quarenta dias depois do Nascimento de Jesus, após a Santíssima Virgem cumprir os dias de 'sua purificação' e antes de tomarem o caminho de Egito, ou seja, mesma sob a ameaça da cruel perseguição de Herodes, ela e São José diligentemente foram a Jerusalém, cidade onde ficava o palácio deste rei, para consagrá-Lo no Templo. O Evangelho de São Lucas, que não menciona a fuga a Egito, assim narrou: "Concluídos os dias de sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-nO a Jerusalém para apresentá-Lo ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei: 'Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Ex 13,2)', e para oferecerem o sacrifício prescrito pela Lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos." Lc 2,22-24

    É quando entra em cena o religioso Simeão: "Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este justo e piedoso homem esperava a Consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. Impelido pelo Espírito Santo, foi ao Templo, e tendo os pais apresentado o Menino Jesus, para a respeito d'Ele cumprirem os preceitos da Lei, tomou-O em seus braços e louvou a Deus com essas palavras: Agora, Senhor, deixai ir em Paz Vosso servo, segundo Vossa Palavra. Porque meus olhos viram Vossa Salvação que preparastes diante de todos povos, como Luz para iluminar as nações, e para a Glória de Vosso povo de Israel.'" Lc 2,25-32

    E ele vai profetizar as dores de Nossa Senhora: "Seu pai e Sua mãe estavam admirados das coisas que d'Ele se diziam. Simeão abençoou-Os e disse a Maria, Sua mãe: 'Eis que este Menino está destinado a ser causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará tua alma.'" Lc 2,33-35

    Ensina a Liturgia da Palavra de hoje, como o Livro do Profeta Malaquias havia previsto, também falando do nascimento do Arauto do Senhor, São João Batista, e de nosso Sacerdotes, que nesse dia o Senhor, tratado como um anjo, o anseio maior de todas almas, veio ao Seu Santuário: "'Vou mandar Meu mensageiro para preparar um caminho diante de Mim.' E imediatamente virá ao Seu Templo o Senhor que buscais, o Anjo da Aliança, que vós desejais. 'Eis que Ele vem', diz o Senhor dos Exércitos. Porque Ele é como o fogo do fundidor, como a lixívia dos lavadeiros. E assentar-Se-á Aquele que funde e que purifica. Ele purificará os filhos de Levi e refiná-los-á como ouro e prata, e eles tornar-se-ão para o Senhor aqueles que apresentam uma oferenda conforme a justiça." Ml 3,1.2b-3

    Era uma antiquíssima promessa de Deus, que disse ainda no Livro de Levítico: "Andarei entre vós: serei Vosso Deus e vós sereis Meu povo." Lv 26,12

    Ele prometeu mesmo uma resolutiva Vinda, quando anunciaria o definitivo Juízo e faria mais um convite ao povo de Israel: "'Virei ter convosco para julgar vossas questões, e serei pronta testemunha contra os adivinhos, os adúlteros, os perjuros, contra os que retêm o salário do operário, que oprimem a viúva e o órfão, que maltratam o estrangeiro e não Me temem', diz o Senhor. 'Porque Eu sou o Senhor e não mudo! E vós, ó filhos de Jacó, ainda não sois um povo extinto. Desde os dias de vossos pais, apartaste-vos de Meus Mandamentos e não os guardastes. Voltai a Mim, e Eu voltar-Me-ei a vós', diz o Senhor dos Exércitos." Ml 3,5-7a

    De fato, Seu veredicto, Sua Palavra já foi proferida, como o Evangelho segundo São João anotou: "Quem Me despreza e não recebe Minhas palavras, tem quem o julgue: a Palavra que anunciei julgá-lo-á no Último Dia." Jo 12,48

    No Livro dos Salmos, Davi também aclama o dia da Apresentação do Senhor como de esplendor, e eloquentemente dirige-se às portas do Templo: "Levantai, ó portas, vossos dintéis! Levantai-vos, ó antigos pórticos, para que entre o Rei da Glória! Quem é Este Rei da Glória? É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso nas batalhas. É o Senhor dos Exércitos! Ele é o Rei da Glória." Sl 23,7-8.10b

    E na Carta aos Hebreus, os seguidores da tradição de São Paulo explicam o porquê de tamanha humildade da parte de Jesus, rigorosamente cumprindo os ditames da Lei, mesmo sendo o Salvador da humanidade: "Porquanto os filhos participam da mesma natureza, da mesma carne e do sangue, Ele também participou... convinha que em tudo Ele Se tornasse semelhante a Seus irmãos... passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado." Hb 2,14-17;4,15b