segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

A Vaidade

 

    A vaidade, o orgulho ou a soberba foi o verdadeiro pecado original, quando Eva achou que poderia saber o que é certo e errado desprezando os Mandamentos de Deus: "'Oh, não!', respondeu a Serpente, 'Vós não morrereis! Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão. E sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.'" Gn 3,4-5

    Por isso, foi tão preciso o conselho de Tobit a seu filho Tobias: "Nunca permitas que o orgulho domine teu espírito ou tuas palavras, porque ele é a origem de todo mal." Tb 4,14

    E Deus falou pelo Profeta Jeremias: "Eis o que diz o Senhor: 'Não se envaideça o sábio do saber, nem o forte de sua força, e não se orgulhe o rico da riqueza!'" Jr 9,22

    O Eclesiástico, por usa vez, sugere a humildade do silêncio: "Ouve em silêncio, e tua modéstia provocará a benevolência." Eclo 32,9

    E via as trevas como destino do impenitente: "Para o mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado está enraizada nele, e ele não compreende." Eclo 3,30

    Ciente do perigo desse pecado, o salmista pede a Deus: "Também preservai Vosso servo do orgulho. Não domine ele sobre mim, então serei íntegro e limpo de grave falta." Sl 18,14

    O Profeta Isaías, por sua vez, profetizou contra toda jactância: "A pretensão dos mortais será humilhada, o orgulho dos homens será abatido." Is 2,17

    Ora, Jesus pregou a negação de si mesmo, convidando ao caminho da Cruz: "Se alguém quiser vir Comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me." Mt 16,24b

    Ele havia deixado esse ensinamento à Igreja: "Assim também vós, depois de terdes feito tudo que vos foi ordenado, dizei: 'Somos inúteis servos. Apenas fizemos o que devíamos fazer.'" Lc 17,10

    E referindo-Se à soberba disfarçada na forma de caridade, Nosso Salvador aconselhou a todos: "Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto a Vosso Pai que está no Céu." Mt 6,1

    Já São Paulo vê no apego a bens materiais a causa de ilusões: "Desencaminham-se estas pessoas em suas próprias visões, cheias do vão orgulho de seu materialista espírito..." Cl 2,18

    Conhecedor das verdadeiras bênçãos, ele pedia: "Em virtude da Graça que me foi dada, recomendo a todos e a cada um: não façam de si próprios uma opinião maior que convém, mas um razoavelmente modesto conceito, de acordo com o grau de fé que Deus lhes distribuiu." Rm 12,3

    Ele também se pronunciou sobre o exibicionismo feminino, lembrando da autêntica religiosidade: "Do mesmo modo, quero que as mulheres usem honesto traje, ataviando-se com modéstia e sobriedade. Seus enfeites consistam não em primorosos penteados, ouro, pérolas, vestidos de luxo, e sim em boas obras, como convém a mulheres que professam a piedade." 1 Tm 2,9-10

    E diz que a vaidade foi o pecado de Satanás: "... para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na mesma condenação que o Demônio." 1 Tm 3,6