Nossos pensamentos, palavras e ações devem estar em coerência entre si, assim como há Comunhão entre os desígnios do Pai, a Palavra de Jesus e a moção do Espírito Santo. Sobre o pensar, no Livro de Salmos, assim canta o primeiro: "Feliz o homem que não vai ao conselho dos injustos... seu prazer está na Lei do Senhor, e nela medita de dia e de noite." Sl 1,2a.2b
A Carta de São Paulo aos Filipenses ensina: "Além disso, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo que é nobre, tudo que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, tudo que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos." Fl 4,8
Já a Carta de São Paulo a São Tito disse da generalizada corrupção e do relativismo: "Para os puros, todas coisas são puras. Para os corruptos e descrentes, nada é puro: até sua mente e consciência são corrompidas." Tt 1,15
O Livro de Sabedoria, pois, prevê o afastamento do Divino Paráclito: "A Sabedoria não entrará na perversa alma, nem habitará no corpo sujeito ao pecado. O Espírito Santo Educador das almas fugirá da perfídia, afastar-Se-á de insensatos pensamentos, e a iniquidade que está por vir, repeli-Lo-á." Sb 1,4-5
Para ilustrar a importância do bem pensar, Nosso Senhor, no Evangelho segundo São Lucas, questionou como executamos nossos projetos: "Quem de vós, querendo fazer uma construção, antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la?" Lc 14,28
Sobre o falar, a Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo recomendou-lhe: "Empenha-te em apresentar-te diante de Deus como homem digno de aprovação, operário que não tem de que se envergonhar, íntegro distribuidor da Palavra da Verdade. Procura esquivar-te das frívolas conversas dos mundanos, que só contribuem para a impiedade. As palavras dessa gente destroem como a gangrena." 2 Tm 2,15-17a
E, lembrando o Corpo Místico de Cristo, a Carta de São Paulo aos Efésios recomendou a todos: "Por isso, renunciai à mentira. Cada um fale a Verdade a seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Nenhuma má palavra saia de vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem." Ef 4,25.29
O sagrado autor do Livro de Eclesiástico percebeu nesse atributo uma forma de testar as índoles: "Quando se sacode a peneira ficam os restos, como os defeitos do homem em seu falar. O forno põe à prova as vasilhas de barro, a prova do homem está em seu falar." Eclo 27,4-5
Já Nosso Salvador ensinou-nos a obrigação de dar testemunho do bem, de bem falar do que é correto e das boas obras das pessoas. A palavra 'bênção' vem de 'bendição', de 'bendizer', e deve ser usada a despeito da situação: "... bendizei aqueles que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam." Lc 6,28
E denunciou a fonte das más palavras, ao acusar os fariseus no Evangelho segundo São Mateus: "Raça de víboras, maus como sois, como podeis dizer boas coisas? Porque a boca fala do que lhe transborda do coração." Mt 12,34
Quanto ao fazer, Ele recomendou discrição até mesmo na prática da caridade: "Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles." Mt 6,1
Além de estimular à humildade, que é uma virtude: "Assim também vós, depois de terdes feito tudo que vos foi ordenado, dizei: 'Somos inúteis servos. Apenas fizemos o que devíamos fazer.'" Lc 17,10
Conhecedor de nossas dificuldades de entendimento, Ele deixou-nos a chamada Lei de Ouro: "O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles." Lc 6,31
E em Seu agir, o próprio Jesus demonstrava total compromisso com os planos do Pai, como está no Evangelho segundo São João: "Meu alimento é fazer a vontade d'Aquele que Me enviou e cumprir Sua obra." Jo 4,34
E o Apóstolo dos Gentios exortou: "Fazei todas coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, íntegros filhos de Deus no meio de uma depravada e maliciosa sociedade, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a Palavra da Vida." Fl 2,14-16a