Através do anúncio da Boa Nova e da Vinda do Espírito Santo, Jesus declarou o fim do império de Satanás, bem como a instauração de Seu Reino de Sacerdotes. É do Evangelho segundo São Mateus: "Apresentaram-Lhe, depois, um possesso cego e mudo. Jesus curou-o de tal modo que de pronto ele falava e via. 'Mas se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus.'" Mt 12,22.28
Ora, essa realmente era parte de Sua Missão, e desde quando deixou Cafarnaum, como o Evangelho segundo São Marcos aponta: "Ele retirou-Se dali, pregando em todas sinagogas e por toda Galileia, e expulsando os demônios." Mc 1,39
Aliás, foi o que Ele fez logo nos primeiros dias de vida pública, quando Se instalou na casa de São Pedro: "Pela tarde, apresentaram-Lhe muitos possessos de demônios. Com uma Palavra, expulsou Ele os espíritos e curou todos enfermos." Mt 8,16
Antes mesmo de começar a pregar, enquanto esteve no deserto, o próprio Jesus foi tentado, pois Satanás dominava os poderosos da Terra. O Evangelho segundo São Lucas narrou: "Em seguida, o Demônio levou-O a um alto monte e num só momento mostrou-Lhe todos reinos da Terra, e disse-Lhe: 'Dá-Te-ei todo este poder e a glória desses reinos, porque me foram dados, e dou-os a quem quero.'" Lc 4,6
E assim a Primeira Carta de São João resumiu Sua passagem entre nós: "Eis porque o Filho de Deus Se manifestou: para destruir as obras do Demônio." 1 Jo 3,8b
De fato, como uma das formas de afligir, os demônios se apossam de seres humanos, como Nosso Salvador explicou, dizendo do grave pecado que cometiam aqueles que O conheceram mas não O acolheram: "Quando o impuro espírito sai de um homem, ei-lo errante por áridos lugares à procura de um repouso que não acha. Diz ele, então: 'Voltarei para a casa donde saí.' E, voltando, encontra-a vazia, limpa e enfeitada. Então vai buscar sete outros espíritos piores que ele, e entram nessa casa e aí se estabelecem. E o último estado daquele homem torna-se pior que o primeiro. Tal será a sorte desta perversa geração." Mt 12,43-45
A Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo também falou da dominação que acontece àqueles que caem nos "... laços do Demônio, que a seus caprichos os mantém cativos e submetidos." 2 Tm 2,26b
Ora, que nós enfrentamos poderosas classes de anjos caídos, é o alerta da Carta de São Paulo aos Efésios, citando duas delas: "Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste tenebroso mundo, contra as forças espirituais do Mal espalhadas nos ares." Ef 6,10-12
Já a Carta de São Paulo aos Colossenses mencionou a própria Vitória de Jesus, resgatando muitas almas do domínio de maus espíritos: "Espoliou os principados e potestades e expô-los ao ridículo, deles triunfando pela Cruz." Cl 2,15
Mas na casa do centurião, onde o primeiro grupo de não judeus receberia o Divino Paráclito, no chamado 'Pentecostes dos Gentios', São Pedro tão somente falou em casos de opressão, uma genérica forma destes assédios. Está no Livro de Atos dos Apóstolos: "Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como Ele andou fazendo o bem e curando todos oprimidos do Demônio, porque Deus estava com Ele." At 10,38
Nesse sentido, para bem cumprir Sua Missão, Jesus deu poder aos Apóstolos, fundamentos da Santa Igreja Católica: "Reunindo Jesus os Doze Apóstolos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos demônios, e para curar enfermidades." Lc 9,1
Ora, mesmo gente que viria a ser Santa havia-se tornado refém de maus espíritos: "Os Doze estavam com Ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de malignos espíritos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios..." Lc 8,2
Aliás, um de Seus Apóstolos tornou-se vítima do próprio inimigo, como se viu noite da Santa Ceia, no Evangelho segundo São João: "Em seguida, Jesus molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele." Jo 13,26-27