Foi assim, com doçura, que São Lucas, o Evangelista do Espírito Santo, citou o Nome da Mãe de Nosso Senhor pela primeira vez: "No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi, e o Nome da virgem era Maria." Lc 1,26-7
Profetiza de primeiríssima grandeza, ela já sabia que, desde a visita do Arcanjo São Gabriel, Seu Santíssimo Nome seria evocado em toda Terra e nos Céus. Ela inspiradamente cantou no Magnificat: "Por isto, desde agora todas gerações proclamá-me-ão bem-aventurada..." Lc 1,48
E todos nós somos testemunhas do cumprimento dessa profecia, e portanto de sua plena validade, pois sua bem-aventurança é mundialmente reconhecida. Ademais, o Livro do Deuteronômio já previa: "Quando o Profeta tiver falado em Nome do Senhor, se o que ele disse não se realizar, é que essa palavra não veio do Senhor." Dt 18,22a
Esse feito era antecipadamente cantado num salmo que aponta Maria como Rainha, dizendo que, por sua perfeita piedade, seus autênticos filhos, os Santos e Sacerdotes, reinariam sobre a Terra, e que seu Santíssimo Nome seria eternamente celebrado: "Vosso trono, ó Deus, é eterno. De equidade é Vosso cetro real. ... posta-se à Vossa direita a Rainha, ornada de ouro de Ofir. Ouve, filha, vê e presta atenção: esquece teu povo e a casa de teu pai. De tua beleza encantar-Se-á o Rei. Ele é Teu Senhor, rende-Lhe homenagens. Tomarão teus filhos o lugar de teus pais, e tu estabelecê-lo-ás príncipes sobre toda Terra. Celebrarei Teu Nome através das gerações, e os povos eternamente louvá-te-ão." Sl 44,7.10b-12.17-18
Falando pela Sabedoria, mas bem traduzindo o que Nossa Senhora representa, também está no Livro do Eclesiástico: "A memória de Meu Nome durará por toda série dos séculos." Eclo 24,28
E Judite, viúva e heroína, que decapitou o inimigo de Israel, o general assírio Holofernes, foi uma pré-figura bíblica de Nossa Senhora. Não só por sua exemplar castidade, mas principalmente por sua eterna bendição, aclamada pelo sumo sacerdote, pelos anciãos e pelo povo de Jerusalém: "Deste prova de vigorosa alma e valente coração. Amaste a castidade e não quiseste, depois da morte de teu marido, conhecer outro homem. Então, o Senhor fortaleceu-te e por isso serás eternamente bendita." Jt 15,11
Ademais, por algum tempo de Sua vida pública, o Nome de Maria foi a principal referência do próprio Jesus entre Sua gente: "Não é Ele o carpinteiro, o Filho de Maria?" Mc 6,3a
Tão singular e sagrado é Seu Nome que o Arcanjo São Gabriel não o pronunciou em suas primeiras palavras, ao cumprimentá-la, preferindo chamá-la de 'agraciada': "Ave, agraciada, o Senhor é contigo." Lc 1,28
Aliás, São João Evangelista, Apóstolo que com ela mais conviveu e melhor a conheceu, vivendo os alvores do Ministério da Mulher Coroada, jamais menciona Seu Nome, seja em seu Evangelho, em suas epístolas ou no Livro do Apocalipse. A ela refere-se como 'Sua Mãe' ou a 'mulher', como o fez o próprio Jesus no episódio da transformação da água em vinho (cf. Jo 2,4), certamente para relacioná-la com a 'mulher' que esmaga a cabeça da Serpente, como previsto no Livro do Gênesis (cf. Gn 3,15).
O Arcanjo São Gabriel, entretanto, como não poderia deixar de evocar Seu Santíssimo Nome, logo em seguida O empregou com distinção, na primeira oportunidade, ao explicar-lhe a Graça que recebera. E ele vai usar a mais marcante expressão dos bíblicos livros para designar uma grande benção e os divinos auxílios: 'encontrar Graça diante de Deus': "Não temas, Maria, pois encontraste Graça diante de Deus." Lc 1,30