sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Inspirador e Intérprete da Palavra, Autor da Graça e da Unidade

    A Igreja Católica Apostólica Romana sempre, note bem, sempre!, tem presente o Santo Espírito, que lhe dá Sua assistência e Seus cuidados exatamente como foi prometido por Jesus no Evangelho Segundo São João: "Se Me amais, guardareis Meus Mandamentos. E Eu rogarei ao Pai, e Ele dá-vos-á outro Consolador, para que convosco fique eternamente." Jo 14,15-16

    Conforme a Primeira Carta de São Pedro, é o próprio Santo Paráclito que tem franqueado o Evangelho: "... revelações que agora vos têm sido anunciadas por aqueles que vos pregaram o Evangelho da parte do Espírito Santo, enviado do Céu. Revelações estas que os próprios anjos desejam contemplar." 1 Pd 1,12b

    A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, de fato, faz relembrá-los: "Nosso Evangelho foi-vos pregado não somente por palavra, mas também com poder, com o Espírito Santo..." 1 Ts 1,5a

    É Ele, pois, que desde o Pentecostes tem dado Vida e mantém a Igreja Viva, continuamente sob Sua inspiração, e não uma igreja congelada no passado, escrava de literais ou pessoais interpretações das Escrituras. A Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios afirma: "Não há dúvida de que vós sois uma carta de Cristo, redigida por nosso Ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações. Não que sejamos capazes por nós mesmos de ter algum pensamento, como de nós mesmos. Nossa capacidade vem de Deus. Ele é que nos fez aptos para ser Ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica. Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de tal glória que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos no rosto de Moisés, por causa do resplendor de sua face, embora transitório, quanto mais glorioso não será o Ministério do Espírito?" 2 Cor 3,3.5-8

    Aliás, condenando as pessoais interpretações, que na prática são verdadeiras heresias, a Segunda Carta de São Pedro já nos alertava que só havia uma interpretação correta: aquela que procede da inspiração do próprio Espírito Santo: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de pessoal interpretação. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." 2 Pd 1,20-21

    Porque foi o próprio Deus que enviou Seu Espírito, para, após a Ascensão do Senhor, nos lembrar e ensinar a Verdade em cada nova situação, como se viu pelos séculos, até o Dia do Juízo. Nosso Salvador disse na noite que ia ser entregue: "Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome, ensiná-vos-á todas coisas e recordá-vos-á tudo que vos tenho dito. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensiná-vos-á toda Verdade, porque não falará por Si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciá-vos-á as coisas que virão." Jo 14,16;16,13

    Assim, apesar de serem muitos os dons de Deus, todos são distribuídos pelo Santo Paráclito. A Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios revelou: "Há diversidade de dons... Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como Lhe apraz." 1 Cor 12,4a.11

    Pois todos eles sempre estão, e sempre estarão, voltados para edificar a Santa Igreja Católica, o Corpo Místico de Cristo. Ou seja, o Espírito de Deus jamais deu de Seus dons a quem quer que seja para a atacar: "Assim, uma vez que aspirais aos dons espirituais, procurai tê-los em abundância para edificação da Igreja." 1 Cor 14,12

    E só através d'Ele, que o mundo não pode receber (cf. Jo 14,17), temos as Graças de Deus, como os seguidores da tradição de São Paulo afirmaram na Carta aos Hebreus: "... o Espírito Santo, Autor da Graça!" Hb 10,29

    Por isso, a Carta de São Paulo aos Efésios pede pela Única e Verdadeira União, só existente na Santa Igreja, que nos é facultada pelo próprio Espírito Santo: "Exorto-vos, pois, prisioneiro que sou pela causa do Senhor, que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com toda humildade e amabilidade, com grandeza de alma, mutuamente suportando-vos com caridade. Sede solícitos em conservar a Unidade do Espírito no vínculo da Paz." Ef 4,1-3