Para começar, São Pedro vedou, desde o início, as pessoais interpretações da Bíblia: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de pessoal interpretação." 2 Pd 1,20
E São Paulo vedou a intenção de apegar-se apenas às Escrituras, ressaltando a necessária instrução do Espírito Santo: "Nossa capacidade vem de Deus. Ele é que nos fez aptos para sermos Ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica." 2 Cor 3,5b-6
Ora, o próprio Jesus asseverou que o Divino Paráclito arremataria a Revelação: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não podeis suportá-las agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensiná-vos-á toda a Verdade, porque não falará por Si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciá-vos-á as coisas que virão." Jo 16,12-13
Santo Estevão, de fato, reclamou dos judeus exatamente por não acolhê-Lo: "Homens de dura cerviz, e de incircuncisos corações e ouvidos! Vós sempre resistis ao Espírito Santo." At 7,51
E São João Evangelista diz da Unção que a Igreja recebe do Divino Espírito: "Quem conhece a Deus, ouve-nos; quem não é de Deus, não nos ouve. É nisto que conhecemos o Espírito da Verdade e o espírito do erro. Nisto é que conhecemos que estamos n'Ele e Ele em nós, por Ele ter-nos dado Seu Espírito." 1 Jo 4,6.13
O Apóstolo dos Gentios explica: "... pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela humana sabedoria, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em termos espirituais. Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem pode compreendê-las, porque é pelo Espírito que se devem ponderar." 1 Cor 2,13-14
E o Príncipe dos Apóstolos indica a verdadeira fonte do Evangelho: "... revelações que agora vos têm sido anunciadas por aqueles que vos pregaram o Evangelho da parte do Espírito Santo, enviado do Céu." 1 Pd 1,12
Com o Pentecostes, portanto, a transmissão da Revelação foi concluída, como São Judas Tadeu aferiu: "Caríssimos, estando eu muito preocupado em escrever-vos a respeito de nossa comum Salvação, senti a necessidade de dirigir-vos esta carta para exortar-vos a pelejar pela fé, de uma vez para sempre confiada aos Santos." Jd 1,3
De fato, de forma emblemática, São Filipe, um dos 7 primeiros diáconos, ouviu de um eunuco, ministro da rainha da Etiópia, a pergunta que invariavelmente deveria ser feita por todo estudante da Bíblia: "O Espírito disse a Filipe: 'Aproxima-te para bem perto deste carro.' Filipe aproximou-se e ouviu que o eunuco lia o Profeta Isaías, e perguntou-lhe: 'Porventura entendes o que estás lendo?' Respondeu-lhe: 'Como é que posso, se não há alguém que mo explique?' E rogou a Filipe que subisse e sentasse junto a ele." At 8,30-31
O próprio Jesus, em defesa da Autêntica Tradição, interrogou um doutor da Lei sobre suas interpretações das Escrituras: "Que está escrito na Lei? Como é que lês?" Lc 10,26
E Ele avisou qual será a consequência para quem, mesmo de boa vontade, ensina o que não foi inspirado pelo Espírito de Deus: um longo Purgatório: "Aquele que violar um destes Mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será declarado o menor no Reino dos Céus." Mt 5,19