quinta-feira, 24 de julho de 2025

As Virtudes

    O Livro de Sabedoria aponta quatro CARDEAIS VIRTUDES, aquelas que servem de base para todas outras: "E se alguém ama a justiça, seus trabalhos são virtudes; a Sabedoria ensina a temperança e a prudência, a justiça e a fortaleza. Não há nenhum bem que seja mais útil aos homens na vida." Sb 8,7

    A temperança, também chamada de moderação ou sobriedade, virtude que garante o domínio de si e coloca a vontade acima dos instintos, aparece numa proposta de ascese da Segunda Carta de São Pedro: "Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir a vossa a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o fraterno amor, e ao fraterno amor a caridade." 2 Pd 1,5-7

    A prudência é a virtude da reflexão, da ordem, do bom senso e do discernimento. Jesus mesmo apontou, no Evangelho Segundo São Mateus: "Aquele, pois, que ouve estas Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um prudente homem que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa. Ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha." Mt 7,24-25

    A justiça é a virtude do compromisso moral com a Verdade, com a equidade, com a correção. A Carta de São Paulo aos Romanos afirma que só pela obediência a Deus se chega a Sua justiça: "Não sabeis que, quando vos ofereceis a alguém para obedecer-lhe, sois escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado para a morte, quer da obediência para a justiça?" Rm 6,16

    A fortaleza é a virtude da firmeza e da perseverança, contra todas dificuldades. É por ela que se resiste ao medo, às injustiças e às tentações. Ela confere destemor perante a própria morte, como demonstram os mártires da Santa Igreja Católica. A Carta de São Paulo aos Filipenses referia-se a si mesmo: "Não é minha penúria que me faz falar. Aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei viver na penúria, e também sei viver na abundância. Estou acostumado a todas vicissitudes: a ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade. Tudo posso n'Aquele que me fortalece." Fl 4,11-13

    Por fim, a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios revela as três TEOLOGAIS VIRTUDES, que, ao contrário das morais virtudes, são dons de Deus: "Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a , a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor." 1 Cor 13,13

    A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, a mais antiga delas, já velava pelas três: "Com efeito, diante de Deus, Nosso Pai, continuamente pensamos nas obras de vossa fé, nos sacrifícios de vosso amor e na firmeza de vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, sob o olhar de Deus, Nosso Pai." 1 Ts 1,3

    Em belíssima fórmula, e síntese, de seu cunho, ele pede-nos: "Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração." Rm 12,12

    A Primeira Carta de São João diz da fé: "Eis o amor a Deus: que guardemos Seus Mandamentos. E Seus Mandamentos não são penosos, porque todo aquele que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: nossa fé." 1 Jo 5,3-4

    O Apóstolo dos Gentios diz da esperança: "O Deus da esperança encha-vos de toda alegria e de toda Paz em vossa fé, para que pela virtude do Espírito Santo transbordeis de esperança!" Rm 15,13

    E Nosso Salvador mesmo, rezando ao Pai pelos Apóstolos no Evangelho Segundo São João, diz do amor: "Manifestei-lhes Teu Nome, e ainda hei de manifestar-Lho, para que o amor com que Me amaste esteja neles..." Jo 17,26

    Enfim, falando das MORAIS VIRTUDES, São Paulo recomenda: "Além disso, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo que é nobre, tudo que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, tudo que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos." Fl 4,8