Ela é comandada pela cardeal virtude da temperança, que é um dos frutos do Divino Espírito. São Paulo diz: "... o fruto do Espírito é caridade, alegria, Paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança." Gl 5,22-23
Ele ensina: "Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a Vida e a Paz. Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à Lei de Deus, e nem o pode. Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é d'Ele." Rm 8,6-9
Diz mais: "Que cada um de vós saiba possuir santa e honestamente seu corpo, sem se deixar levar por desregradas paixões, como os pagãos que não conhecem a Deus." 1 Ts 4,4-6
E arremata: "Ou não sabeis que vosso corpo é Templo do Espírito Santo, que habita em vós, o Qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai a Deus, pois, em vosso corpo." 1 Cor 6,19-20
Há, portanto, apenas três modos de viver a castidade: na virgindade, no Matrimônio ou no celibato. A virgindade é uma condição física e espiritual, que não há como ser mantida numa mente cheia de fantasias. Só uma vida de oração e comunhão espiritual pode preservar esse estado. Em geral, ela só se perpetua através de consagração religiosa. Não sendo essa a vocação, a Palavra de Deus expressamente recomenda o Matrimônio, e que assim se viva a castidade conjugal. Diz o Apóstolo dos Gentios: "... se não podem guardar a continência, casem-se." 1 Cor 7,9
Por isso, nos primeiros anos da Igreja, quando o celibato ainda não era exigido dos Sacerdotes, ele falava do são Matrimônio como essencial requisito à conduta de um bispo: "... deve saber bem governar sua casa, educar seus filhos na obediência e na castidade." 1 Tm 3,4
Já a importância da virgindade é claramente demonstrada no Livro do Apocalipse, pois os que são virgens são vistos como Santos no Céu: "Estes são aqueles que não se contaminaram com mulheres, pois são virgens. São eles que acompanham o Cordeiro por onde quer que Ele vá. Foram resgatados dentre os homens, como primícias oferecidas a Deus e ao Cordeiro. Em sua boca não se achou mentira, pois são irrepreensíveis." Ap 14,4-5
O celibatário também vive a continência. É uma grande benção de Deus, a fina flor da devoção e do Sacerdócio, mas, infelizmente, o próprio Jesus já havia previsto a dificuldade e a incompreensão do mundo para com essa condição sexual. Contudo, Ele patentemente recomendou-o a Seus Sacerdotes: "Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos Céus. Quem puder compreender, compreenda." Mt 19,12
Isso é uma antecipação da futura condição dos fiéis, como Ele disse: "Na Ressurreição, os homens não terão mulheres nem as mulheres, maridos. Mas serão como os anjos de Deus no Céu." Mt 22,30
E por Seu evidente apreço pela castidade, Deus não Se permitiu violar a virgindade de Maria nem mesmo ao gerar Seu Filho. De fato, se Ele a preservou antes do parto, por que não a preservaria durante e depois dele? Não teria poder para tanto? Dizia a profecia de Isaías: "Por isso, o próprio Senhor dá-vos-á um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um Filho, e chamá-Lo-á Deus Conosco." Is 7,14