sexta-feira, 18 de julho de 2025

A Castidade

    Ela é comandada pela cardeal virtude da temperança, que é um dos frutos do Divino Espírito. A Carta de São Paulo aos Gálatas listou: "... o fruto do Espírito é caridade, alegria, Paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança." Gl 5,22-23

    Nesse sentido, a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses magistralmente revela: "Esta é a vontade de Deus: vossa santificação, que vos aparteis da luxúria. Que cada um de vós saiba possuir santa e honestamente seu corpo, sem se deixar levar por desregradas paixões, como os pagãos que não conhecem a Deus." 1 Ts 4,3-6

    E a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios arremata: "Ou não sabeis que vosso corpo é Templo do Espírito Santo, que habita em vós, o Qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai a Deus, pois, em vosso corpo." 1 Cor 6,19-20

    Há, portanto, apenas três modos de viver a castidade: na virgindade, no Matrimônio ou no celibato. A virgindade é uma condição física e espiritual, que não tem como ser mantida numa mente cheia de fantasias. Só uma vida de oração e comunhão espiritual pode preservar esse estado. Em geral, ela só se perpetua através de consagração religiosa. A importância da virgindade é claramente demonstrada no Livro de Apocalipse de São João, pois os que são virgens apareceram no Céu como Santos: "Estes são aqueles que não se contaminaram com mulheres, pois são virgens. São eles que acompanham o Cordeiro por onde quer que Ele vá. Foram resgatados dentre os homens, como primícias oferecidas a Deus e ao Cordeiro. Em sua boca não se achou mentira, pois são irrepreensíveis." Ap 14,4-5

    E por Seu evidente apreço pela castidade, Deus não Se permitiu violar a virgindade de Maria nem mesmo ao gerar Seu Filho. De fato, se Ele a preservou antes do parto, por que não a preservaria durante e depois dele? Não teria poder para tanto? Dizia o Livro do Profeta Isaías: "Por isso, o próprio Senhor dá-vos-á um sinal: uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho, e chamá-Lo-á Deus Conosco." Is 7,14

    Não sendo essa a vocação, a Palavra de Deus expressamente recomenda o Matrimônio, e que assim se viva a castidade conjugal. Diz o Apóstolo dos Gentios: "... se não podem guardar a continência, casem-se." 1 Cor 7,9

    Por isso, nos primeiros anos da Santa Igreja Católica, quando o celibato ainda não era exigido dos Sacerdotes, a Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo falava do são Matrimônio como essencial requisito à conduta de um bispo: "... deve saber bem governar sua casa, educar seus filhos na obediência e na castidade." 1 Tm 3,4

    O celibatário também vive a continência. É uma grande benção de Deus, a fina flor da devoção e do Sacerdócio, mas, infelizmente, o próprio Jesus já havia previsto a dificuldade e a incompreensão do mundo para com essa condição sexual, como está no Evangelho Segundo São Mateus. Contudo, Ele patentemente recomendou-o a Seus Sacerdotes: "Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor ao Reino dos Céus. Quem puder compreender, compreenda." Mt 19,12

    Isso é uma antecipação da futura condição de todo verdadeiro fiel, como Ele disse: "Na Ressurreição, os homens não terão mulheres nem as mulheres, maridos. Mas serão como os anjos de Deus no Céu." Mt 22,30

    Ora, além da eterna bendição, a viúva e heroína, que dá nome ao Livro de Judite, é pré-figura de Nossa Senhora justamente por sua castidade. Ela assim foi aclamada pelo sumo sacerdote, pelos anciãos e por todo povo da Cidade Santa: "Tu és a glória de Jerusalém, tu és a alegria de Israel, tu és a honra de nosso povo. Deste prova de alma viril e valente coração. Amaste a castidade e não quiseste, depois da morte de teu marido, conhecer outro homem. Então, o Senhor fortaleceu-te e por isso serás eternamente bendita." Jd 15,10b-11