quinta-feira, 31 de julho de 2025

A Escravidão do Pecado

    A castidade é liberdade, e Nosso Salvador veio exatamente para libertar-nos do pecado. Está no Evangelho Segundo São João: "... Respondeu Jesus: 'Em Verdade, em Verdade, digo-vos: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo. Portanto, se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.'" Jo 8,34.36

    Por isso, exaltando a Paixão de Cristo, a Carta de São Paulo aos Romanos exorta: "Sabemos que nosso velho homem foi crucificado com Ele (Jesus), para que seja reduzido à impotência o corpo outrora subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado. Pois quem morreu, libertado está do pecado." Rm 6,6-7

    Fala da 'servidão' a Deus: "Não sabeis que, quando vos ofereceis a alguém para lhe obedecer, sois escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado para a morte, quer da obediência para a justiça? Graças a Deus, porém, que, depois de terdes sido escravos do pecado, obedecestes de coração à regra da Doutrina na qual tendes sido instruídos. E, libertados do pecado, tornastes-vos servos da justiça." Rm 6,16-18

    A Carta de São Paulo aos Gálatas, no mesmo sentido, convida-nos a passar da escravidão à caridade espiritual, que se expressa quando oferecemos nossa alma purificada àqueles que estão em volta, sem as máculas ou deformidades de tão vis pecados: "Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para carnais prazeres. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade..." Gl 5,13

    E pela infusão do Espírito de Deus no Pentecostes, ele assim celebrou a Nova Aliança, em contrate com o Antigo Testamento: "A Lei do Espírito de Vida libertou-me, em Jesus Cristo, da Lei do pecado e da morte. O que era impossível à Lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus fez. Enviando, por causa do pecado, Seu próprio Filho numa Carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne a fim de que a justiça prescrita pela Lei fosse realizada em nós, que vivemos não segundo a carne, mas segundo o Espírito." Rm 8,2-4

    Claro, na atualidade tal libertação não é fácil. Basta reparar na devassidão e em seus reflexos disseminados pela vigente cultura, para ter ideia do poder de dominação dos mais vulgares instintos. O Apóstolo dos Gentios diz: "Como não se preocupassem em adquirir conhecimento de Deus, Ele entregou-os a depravados sentimentos, e daí seu indigno procedimento. São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade. Cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade. São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais. São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia. Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus, que considera dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam, como também aplaudem os que as cometem." Rm 1,28-32

    E é certo, ademais, que muito se agravou o quadro das heresias, leia-se falsas religiões, que acobertam esta devassidão, e assim sobram falsos mestres. Aliás, como a Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo profetizou: "Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a Sã Doutrina da Salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da Verdade, e atirar-se-ão às fábulas." 2 Tm 4,3-4

    Pois foi para vencer as fraquezas da carne, entre outras más inclinações, que Jesus nos enviou o Espírito da Promessa em Jerusalém, que nos reveste com 'a força do alto'. É do Evangelho Segundo São Lucas: "Eu mandá-vos-ei o Prometido de Meu Pai. Entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto." Lc 24,49

    Nosso Senhor atestou, no Evangelho Segundo São Mateus, esta moção e a chegada do Reino dos Céus, dizendo aos fariseus: "Mas se é pelo Espírito de Deus que expulso os demônios, então para vós chegou o Reino de Deus." Mt 12,28