A primeira citação do Divino Paráclito aparece logo nos primeiros versículos da Bíblia, no Livro de Gênesis: "No princípio, Deus criou os céus e a Terra. A Terra estava informe e vazia, as trevas cobriam o abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas." Gn 1,1-2
Ademais, temos que meditar por que, ao ser batizado por São João Batista, ou seja, ao iniciar Sua vida pública, além de ouvir-se a voz do Pai, Seu Espírito haveria de manifestar-Se sobre Jesus, se não fosse para demonstrar a plenitude de Deus Trino neste singular momento da Revelação, um dos poucos, na Bíblia, de conjunta manifestação das Três Pessoas de Deus: "Depois que Jesus foi batizado, logo saiu da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre Ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do Céu baixou uma voz: 'Eis Meu muito Amado Filho, em Quem ponho Minha afeição.'" Mt 3,16-17
E mesmo antes do Pentecostes, pelos textos bíblicos é possível aferir Sua divindade, claramente expressa por Sua absoluta autonomia, como, no Livro de Jó, um de seus amigos disse: "Foi o Espírito de Deus que me fez, e o sopro do Todo-poderoso que me deu a vida." Jó 33,4
O Livro de Sabedoria, ao discorrer sobre ela mesma, dá características de um ser claramente divino: "Há nela, com efeito, um inteligente espírito, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, livre de inquietação, que tudo pode, que de tudo cuida, que penetra em todos espíritos: os inteligentes, os puros, os mais sutis." Sb 7,22-23
É Ele que ilumina Seu próprio Reino de Sacerdotes, que é a Igreja Católica, para a perfeita interpretação da Revelação, cujo ápice está nas palavras de Jesus, que disse no Evangelho Segundo São João: "Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome, ensiná-vos-á todas coisas e recordá-vos-á tudo que vos tenho dito." Jo 14,26
E foi Ele Quem arrematou a Revelação, e assim tem conduzido a Santa Igreja em cada nova situação, nas "coisas que virão". Nosso Senhor disse os Apóstolos: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas agora não podeis suportá-las. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensiná-vos-á toda Verdade, porque não falará de Si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciá-vos-á as coisas que virão." Jo 16,13
Por isso, a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses diz da Sã Doutrina e do poder da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos deu Seu Santo Espírito." 1 Ts 4,8
A Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios aponta-O como a única e mesma Pessoa de Deus a distribuir os próprios dons de Deus. É mais uma indicação de Sua total autonomia, mas, note-se, sempre para proveito da comunidade da Igreja. Quer dizer, não há dom fora da Igreja Católica: "A cada um é dada a manifestação do Espírito para comum proveito. Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como Lhe apraz." 1 Cor 12,7.11