quinta-feira, 19 de junho de 2025

Corpus Christi

    No Evangelho Segundo São João, ainda na sinagoga de Cafarnaum, Jesus afirmou: "Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. E o Pão, que Eu hei de dar, é Minha Carne para a Salvação do mundo." Jo 6,51

    Ele distinguiu-o do mero pão alimento, após multiplicá-lo junto a peixe: "Em Verdade, em Verdade, digo-vos: buscais-Me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. Trabalhai não pela comida que perece, mas pela que dura até a Vida Eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois n'Ele Deus Pai imprimiu Seu sinal." Jo 6,26-27

    Já a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios vai dizer dele: "Pois Nossa Páscoa, Cristo, foi imolada. Celebremos, então, a festa, não com o velho fermento nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os pães sem fermento, de pureza e de Verdade." 1 Cor 5,8

    Por isso, pede o devido exame de consciência, que muitas vezes acaba por recomendar o Sacramento da Confissão: "Portanto, todo aquele que indignamente comer o Pão ou beber o Cálice do Senhor, será culpável do Corpo e do Sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse Pão e beba desse Cálice. Aquele que O come e O bebe sem distinguir o Corpo do Senhor, come e bebe sua própria condenação. Esta é a razão porque entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos." 1 Cor 11,27-30

    Sobre outras 'comunhões', ele dizia com toda clareza: "As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber, ao mesmo tempo, o Cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar, ao mesmo tempo, da Mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocar a ira do Senhor? Acaso somos mais fortes que Ele?" 1 Cor 10,20-22

    Ora, toda Missão de Jesus foi precisamente orientada para esse momento, como o Evangelho Segundo São Lucas apontou: "Raiou o dia dos pães sem fermento, em que se devia imolar a Páscoa. Jesus enviou Pedro e João, dizendo: 'Ide e preparai-nos a ceia da Páscoa.' Foram, pois, e acharam tudo como Jesus lhes dissera, e prepararam a Páscoa. Chegada que foi a hora, Jesus pôs-Se à mesa, e com Ele os Apóstolos. Disse-lhes: 'Ardentemente tenho desejado convosco comer esta Páscoa, antes de sofrer.'" Lc 22,7-8.13-15

    Além de ser o mais importante dos Sacramentos, ao qual todos demais estão ordenados, ele ainda é a visível e material presença de Deus entre nós. Ora, a promessa de estar conosco até o 'fim dos tempos' refere-se tanto a Seu Santo Espírito (cf. Jo 14,16), pela comunhão da Santíssima Trindade, quanto à Santa Eucaristia, como Ele mesmo afirmou momentos antes de Sua Ascensão, no Evangelho Segundo São Mateus: "Eis que convosco estou todos dias, até o fim dos séculos." Mt 28,20

    É por Sua Carne e por Seu Sangue, pois, que nos é concedida a Graça da Comunhão com Deus: "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele." Jo 6,56

    Ele advertiu: "Disse-lhes então Jesus: 'Em Verdade, em Verdade, digo-vos: se não comerdes a Carne do Filho do Homem, e não beberdes Seu Sangue, não tereis a Vida em vós mesmos.'" Jo 6,53

    E a Santa Ceia foi uma preparação para o banquete celestial, como o anjo disse na visão do Livro de Apocalipse de São João: "Felizes os convidados para a Ceia das Núpcias do Cordeiro." Ap 19,9

    Que nos alegremos, então, com esse indizível privilégio de podermos sentar à mesa com Jesus e receber Seu Corpo e Seu Sangue como alimento. Aguardemos com Ele, à mesa do altar, pelo banquete celestial, que prometeu no Evangelho Segundo São Marcos: "Em Verdade, digo-vos: já não beberei do fruto da videira, até aquele dia em que o beberei de novo no Reino de Deus." Mc 14,2

    Pois neste difícil momento, sentindo que chegava Sua hora, Ele convidou-nos à vigília: "Minha alma está triste até a morte. Ficai aqui e vigiai Comigo." Mt 26,38